Entre 605 e 618 pessoas, em cada 100 mil, foram diagnosticadas com diabetes em 2018, segundo dados divulgados no âmbito do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala dia 14 de novembro, pelo Observatório Nacional da Diabetes (OND) da Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD).
Em comparação com anos anteriores, regista-se uma estabilização destes números desde 2008, em Portugal.
O número total de consultas da diabetes realizadas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos anos recentes comprovam essa mesma tendência. Em 2018, o número de consultas foi de 2.126,287, enquanto em 2017 foi de 2.079,814 e no anterior foram 2.138,478.
Em 2018, a incidência da diabetes na população portuguesa na faixa etária adulta, entre os 20 e os 79 anos (cerca de 7,5 milhões de pessoas), é de 13,6%. Valor que corresponde a mais de 1 milhão de indivíduos que sofrem desta doença crónica. Nesse ano, o número de utentes com diabetes que utilizou os serviços da Rede de Cuidados de Saúde Primários do SNS de Portugal Continental foi de 715.712.
O OND concluiu que, em 2017, a diabetes causou a perda de oito anos de vida por cada morte provocada por esta patologia na população com idade inferior a 70 anos. Porém, nos anos subsequentes registou-se um decréscimo do número de anos potenciais de vida perdidos face a esta enfermidade em Portugal (-15%).
O presidente da SPD, Rui Duarte, em declarações no comunicado enviado à imprensa, explica que «estes dados são muito importantes porque não tínhamos novos dados sobre o impacto da diabetes em Portugal desde 2015». O responsável salientou, ainda, a importância do OND que permite conhecer «os números da Diabetes ao longo da última década», além de possibilitar aos especialistas «perceber se estamos a diagnosticar atempadamente e a tratar mais e melhor ou se muitos destes casos ainda não são devidamente acompanhados».
Por outro lado, o diretor do OND, João Filipe Raposo, sublinha a importância de olhar para o número de anos perdidos por cada morte provocada por diabetes: «os oito anos de vida que a diabetes rouba, os casos de cegueira, amputações e doença renal crónica que continuam a ser elevados».
Dados que devem ser vistos como um alerta, de que «há muito a fazer no que toca ao tratamento e, sobretudo, à prevenção da diabetes em Portugal. Precisamos de mudar estilos de vida para que o número de casos de diabetes parem de aumentar e de acompanhar melhor os nossos doentes para diminuir o impacto das complicações desta doença», rematou.