A esperança média de vida tem vindo a aumentar nas últimas décadas, mas qual o limite máximo de idade até onde um ser humano pode sobreviver?
Em 1997, Jeanne Louise Calment tornou-se oficialmente a pessoa a atingir a maior longevidade de sempre, tendo vivido até aos 122 anos e 164 dias de idade. De acordo com os registos mais recentes, mais ninguém terá ido além dos 120 anos.
Segundo a lei de Gompertz, revelada em 1825, a probabilidade de morrer duplica a cada oito anos, e parece ser isso o que de facto acontece entre os 30 e os 80 anos. Mas um novo estudo publicado no jornal Science vem dizer que com o avançar da idade, a probabilidade de morte diminiu.
De acordo com este estudo, a incidência de morte acelera até aos 80 anos de idade e, a partir daí, reduz o ritmo, registando-se uma estagnação entre os 105 e os 110 anos, o que contraria a lei de Gompertz.
Um novo estudo demonstra ainda que as possibilidades de sobreviver à passagem dos 105 para os seguintes, e até aos 110, é de 50%.
Holger Rootzen, docente na Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, confirma que há uma estagnação da mortalidade entre os 105 e os 110 anos de vida. E rejeita a ideia de que exista um limite concreto para a duração da vida humana, no seu artigo “Human life is unlimited – but short“, publicado no jornal Extremes, em dezembro. No mesmo artigo o docente considera que no próximo quarto de século já será possível alguém chegar aos 128 anos.
Rootzen lança também um alerta curioso: “As recomendações relacionadas com o estilo de vida – prática de exercício físico e ingestão de uma dieta saudável – são bastante eficazes nas idades mais jovens, mas não parecem ter um grande impacto nos indivíduos mais velhos”.
De facto, Calment viveu até aos 122 anos a fumar dois cigarros por dia até aos 119, e dizia que só tinha deixado de fumar porque já não via suficientemente bem para acender os cigarros.