As mensagens românticas ou de pedidos de ajuda em garrafas deitadas ao mar fazem parte do imaginário dos mais românticos há anos. São muitos os filmes que propagam a ideia de que um dia essas mensagens chegam ao conhecimento de alguém, mesmo que demore muito tempo. Foi o que aconteceu este ano com uma mensagem russa de 50 anos, do tempo da Guerra Fria, que foi descoberta no Estado norte-americano do Alasca, segundo uma reportagem da BBC.
O relato da história do cidadão norte-americano que intercetou a garrafa Tyler Ivanoff parece o argumento de um filme de Hollywood, que conta como uma simples procura por lenha, para fazer fogo perto de Shishmaref, terminou a encontrar uma garrafa verde com uma mensagem de 50 anos no seu interior. O residente no Alasca contou ainda, que teve de “usar os dentes para tirar a tampa hermética de cortiça” e assim poder descobrir o conteúdo da mesma.
Algo que só foi possível quando publicou a mensagem nas redes sociais (Facebook), a solicitar uma tradução do russo. Assim, soube que a carta foi escrita a 20 de junho de 1969, durante a Guerra Fria, e vinha de um marinheiro que estivera a bordo de um navio russo chamado Sulak.
A 20 de junho de 1969, Anatoly Botsanenko, que tinha apenas 33 anos de idade e já capitaneava a nave-mãe da frota russa, o Sulak, escreveu uma mensagem com o sentido de registar a efeméride. O antigo capitão (agora com 86 anos) datou a mensagem e identificou o seu navio, enquanto manifestava “o desejo de boa saúde, longos anos de vida e feliz navegação” a quem recebesse a mensagem.
No século XXI…
A história, como só poderia ser atualmente, tornou-se viral e vários meios de comunicação russos fizeram eco. Como Ivanoff anexou a carta na sua publicação no Facebook, os cidadãos russos que leram o jornal puderam observar a carta, e foi assim que o próprio autor da mensagem se deparou com a mesma. Anatoly Botsanenko disse na televisão russa Rossiya 1, que começou a chorar quando leu o que parecia ser a sua caligrafia.
Para Botsanenko foi “ótimo ver como uma pequena foto se tornou uma história” 50 anos depois. Tendo aliás considerado provável que no futuro repita “algo parecido com meus filhos”.