Quer queiramos quer não, o orçamento é o “rei” das finanças pessoais, sendo por aqui que se deve começar quando se fala de tratar das contas. Organizar os gastos e elaborar um orçamento é igual a planear a sua alimentação. Explicamos porquê.
Para começar, é preciso seguir o princípio fundamental das dietas: ter noção de que só terá resultados sustentáveis quando adotar hábitos de vida saudáveis. Se até agora não conseguiu, é porque está a cometer alguns dos erros de que vamos falar.
Acreditar em milagres acima de tudo
Na maior parte das vezes, os orçamentos falham quando estão orientados para conseguir resultados no curto prazo e de forma milagrosa (tal como as dietas). A pior coisa a fazer é incluir o objetivo “elaborar um orçamento” na sua lista de resoluções de Ano Novo – é meio caminho andado para cair no esquecimento ao lado de outros pontos da sua check list, tais como “começar a fazer jogging”.
Não há efeitos vindos do céu. Para que um orçamento funcione, são necessários três hábitos: registar os rendimentos (do salário e da casa que tem arrendada, por exemplo), avaliar os gastos e ajustar. E isto só é viável se for feito de forma constante. De nada vale, por exemplo, ir ao ginásio durante uma hora se depois come fast food a semana toda.
Pensar que o orçamento só serve para apontar os gastos
Esta afirmação não podia ser mais falsa. Ao elaborar um orçamento, está a construir um utensílio que vai ditar como gasta o seu dinheiro e, em última instância, como gere a sua vida. Uma análise cuidada de ganhos versus despesas permitir-lhe-á definir quais são as suas prioridades. Se após a avaliação achar que está tudo bem, excelente; se não, é altura de ajustar – cortar gastos supérfluos, por exemplo.
É normal que no início vá custar mais – tal como nas dietas. As primeiras semanas são para emagrecer rapidamente e só depois se vão introduzindo mais alimentos e se vai ajustando o regime conforme as necessidades.
Achar que o primeiro plano é para toda a vida
Elaborar um orçamento acaba por ser a mesma coisa que fazer uma lista de prioridades. E as prioridades mudam à medida que a sua vida evolui e que os seus gostos se alteram.
Quando se é solteiro, é normal que grande parte do dinheiro vá para jantaradas e saídas (e lá se vai a dieta!). Já quando se é casado e com filhos, a maioria daquilo que se ganha vai para os miúdos (e a dieta começa a ser repensada e melhorada).
Escolher as ferramentas erradas para elaborar um orçamento
Errar nos instrumentos para elaborar um orçamento pessoal é como fazer download daquelas apps para contar calorias: no final de contas, não servem para nada. Se realmente quer seguir o seu orçamento à risca, deve procurar formas fáceis, simples e rápidas de o fazer.
Em vez daqueles ficheiros Excel complicados que nunca vai ter paciência para preencher, mais vale descarregar uma app para manter as despesas controladas: desde a Boonzi à Quicken, Toshl Finance, YNAB, Be My Wallet, entre outras, o mercado já tem uma oferta interessante.
Mas se a sua onda é mais old school e prefere antes apontar tudo num caderno e ir gerindo dessa forma, tudo bem! O que interessa é preservar a dieta – manter-se fiel ao orçamento deve ser um hábito de vida.
Considerar que só os resultados é que importam
Da mesma forma que as más dietas servem para perder quilos e não para melhorar a saúde, um mau orçamento só está focado em gastar menos.
Um plano financeiro completo deve ser congruente com os seus rendimentos, com o estilo de vida que deseja e com as metas que pretende alcançar. Para além da poupança (que é crucial para uma carteira saudável, obviamente), também deve investir dinheiro naquilo que o faz feliz. No fim de contas, emagrecer deve servir para se sentir melhor.