Frequentemente associada a casos de epilepsia, uma convulsão é uma manifestação física temporária que ocorre quando existe uma atividade elétrica anormal no cérebro. Sendo certo que em caso menos graves, esta manifestação pode passar algo despercebida, nos casos mais graves é sempre caracterizada por contrações involuntárias da musculatura, por movimentos descoordenados, desvio dos olhos e tremores. Pode ainda manifestar-se através de alterações abruptas do estado mental da pessoa.
Estes ataques convulsivos duram habitualmente entre 1 a 2 minutos, mas podem chegar até aos 5 minutos. Muitas vezes a vítima perde total consciência durante o processo. No final é frequente que o indivíduo se sinta cansado e confuso, não se lembrando do que acabou de acontecer.
Uma convulsão pode ser um evento único ou pode acontecer repetidas vezes. Estas crises recorrentes caracterizam habitualmente diagnósticos de epilepsia.
O que provoca uma convulsão?
O nosso cérebro é formado por neurónios que funcionam através de impulsos elétricos e que comunicam entre si através de estruturas químicas a que chamamos neurotransmissores.
Estes mesmos neurónios tendem a permanecer inativos até que surja um qualquer estimulo que os faça disparar e libertar neurotransmissores que depois são captados por outros neurónios. A este processo chamamos sinapse.
Uma convulsão acontece quando existe uma descarga anormal destes impulsos elétricos, que gera uma espécie de curto-circuito no cérebro. São muitos os fatores que podem contribuir para estes ataques convulsivos, podendo variar de processos metabólicos até lesões cerebrais. No entanto em grande parte dos casos não se consegue identificar com exatidão qual a causa do transtorno.
Quais as causas mais frequentes?
- Níveis anormais de sódio ou glicose no sangue
- Infeções cerebrais, tais como a meningite
- Lesões ou tumores cerebrais
- Consumo de drogas e abusos de medicação
- Ao parar de beber, os alcoólicos podem experienciar convulsões
- Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC)
- Doenças cardíacas
Quais os sintomas?
A manifestação clínica de uma convulsão depende sempre de qual é a área do cérebro que foi afetada pela atividade neuronal irregular. De maneira geral, estas manifestações revelam-se através de contrações e movimento motores desajustados, assim como através de alterações de consciência sensoriais.
Por exemplo, as crises que afetam a área do cérebro responsável pela atividade dos braços, vão se manifestar através de convulsões nos membros superiores. As crises no lobo temporal, vão por sua vez registar movimentos irregulares na boca e nas mãos, assim como alterações na consciência.
Os sinais de alerta que podem dar a entender que vai ocorrer uma convulsão, são habitualmente caracterizados por sensações de súbito medo ou ansiedade, tonturas, alterações na visão ou dores de estômago.
Tal como referido, estes sintomas podem ser seguidos por uma crise no qual a pessoa pode perder a consciência, cair no chão, começar a ter espasmos incontroláveis, espumar da boca, cerrar os dentes, fazer ruídos estranhos e até perder o controlo do funcionamento da bexiga ou intestino.
O que fazer (e não fazer) em caso de convulsão?
Estes podem ser momentos de grande ansiedade. Torna-se muitas vezes difícil perceber o que podemos fazer para ajudar uma pessoa que esteja a sofrer uma convulsão. No entanto é essencial que procure manter a calma e que tente ao máximo evitar que o indivíduo se magoe. Eis algumas dicas que pode seguir:
- Ajude-o a deitar-se para impedir que caia bruscamente
- Retire ou alargue algumas roupas que possam estar a restringir o pescoço
- Deite a vítima de lado para evitar cortes de respiração ou sufocação
- Encontre um objeto que possa servir de proteção bocal. Coloque entre os dentes para evitar que morda a língua
- Afaste todos os móveis ou outros objetos em redor que possam magoar
- Coloque almofadas em baixo e ao lado da pessoa
- NÃO restrinja os movimentos da pessoa. Não a segure
- NÃO sacuda a vitima
- NÃO coloque a mão na boca da pessoa
- NÃO atire água para o rosto
O que fazer após uma convulsão?
Após uma convulsão é importante que verifique se a pessoa sofreu alguma lesão. Caso exista dificuldade em respirar tente passar um dedo na boca para limpar algum vomito ou saliva. Retire alguma peça de roupa que possa estar a restringir a pessoa e dê-lhe alguma espaço para que esta possa respirar de forma segura. Não dê nada a comer até que a pessoa esteja completamente restabelecida.
Caso a convulsão dure mais de 5 minutos é absolutamente recomendado que ligue para o INEM. Nestes casos, a convulsão pode não parar sem intervenção médica. Caso não seja tratado rapidamente o coração e o cérebro do indivíduo podem sofrer danos permanentes, podendo inclusive ser fatal.