O anuncio da morte da ministra da Educação Universitária e ex-presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) Tibisay Lucena foi feito pela vice-presidente venezuelana, Delcy Rodriguez, avança a Lusa.
“Filha distinta da Venezuela, ex-presidente do Conselho Nacional Eleitoral e ministra da Educação Universitária. Foi uma verdadeira militante pela vida e lutou sem trégua a sua última batalha. As nossas condolências à sua família e amigos. Voa alto irmã!”, escreveu Delcy Rodriguez na rede social Twitter.
Momentos depois, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou a mesma rede social para expressar o seu pesar e recordar o percurso de Tibisay Lucena.
“É com grande tristeza que temos de dar o último adeus a uma mulher de grandes batalhas”, afirmou o chefe de Estado venezuelano, caracterizando a ministra como “uma patriota, defensora da democracia e da educação”.
“Tibisay Lucena foi uma mulher de muita tenacidade, que permaneceu leal aos seus princípios e ideais, defendendo sempre as causas justas do povo. Os venezuelanos irão recordá-la sempre pela sua integridade e força moral”, sublinhou Maduro.
Tibisay Lucena Ramírez nasceu em 26 de abril de 1959 no estado venezuelano de Lara (centro do país) e iniciou funções no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) como reitora suplente no ano de 2003.
Entre 2006 e 2020 foi presidente do CNE, tendo sido a cara visível de vários processos eleitorais durante o mandato do antigo líder socialista Hugo Chávez (que presidiu o país entre 1999 e 2013) e do seu sucessor, Nicolás Maduro.
Entre esses processos contam-se pelo menos um referendo revogatório e as contestadas eleições presidenciais antecipadas de 2018, em que Nicolás Maduro foi reeleito para um segundo mandato, mas cujos resultados não foram reconhecidos pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), entre outros.
Foi ainda assessora de várias comissões da Assembleia Nacional Constituinte de 1999 e no ano de 2000 participou na elaboração da Lei Orgânica do Poder Eleitoral.
Em agosto de 2019, Tibisay Lucena e outros 17 altos funcionários do Governo venezuelano foram sancionados pelos Estados Unidos, Suíça e pela UE, sob a acusação de alegadas “violações dos direitos humanos, enfraquecimento do Estado de direito e das instituições democráticas”.
Em setembro de 2020 foi nomeada reitora da Universidade Experimental das Artes (Unearte) e em outubro de 2021 assumiu funções como ministra da Educação Universitária da Venezuela.