Yuri da Cunha, um dos maiores artistas e intérpretes da música angolana, celebra 30 anos de carreira com um concerto especial no Coliseu dos Recreios em Lisboa a 13 de outubro.
Depois de se estrear no Coliseu em 2009, convidando novos artistas angolanos a revelar-se aos portugueses, com a intenção de elevar a cultura musical angolana, e de no ano passado ter voltado a subir à nobre sala lisboeta com Paulo Flores, Yuri da Cunha está de volta à sala mais emblemática de Portugal.
Um concerto único que promete revisitar as três décadas de um dos artistas mais relevantes da cultura lusófona, de um artista próximo do seu público e das suas raízes. Um espetáculo que trará convidados especiais e que fazem parte do seu trajeto, mas acima de tudo será a celebração do artista que pôs diferentes geraçōes a ouvir semba, do qual descendeu o kizomba, em Angola e não só.
Yuri ama a arte, a sua cultura e tradição. Nunca largou a matriz, nunca esqueceu a raiz e nessa continuidade infinita de personalidades que vão dando o seu amor e fazendo apenas o seu papel para o melhor de uma cultura rica. É também um dos mais ousados ao gravar um disco como “Yuri da Cunha canta Artur Nunes”, dedicado ao cantor dos anos 60, e um grande espectáculo de homenagem ao histórico da música de protesto Teta Lando.
Talento revelado precocemente, deu os primeiros passos na música com apenas três anos. Sobe pela primeira vez aos palcos com o seu pai, Henrique da Cunha, multi-instrumentista e cantor. Em 1994, com 14 anos, passa pelo Festival Rádio Nacional da Canção, onde obtém nota máxima. É então encaminhado para o programa Pió Pió, da Rádio Nacional de Angola, onde grava o seu primeiro original O Amigo, que lhe permite a consagração de melhor cantor infantil pela estação.
Ruma a Portugal em 1998 para gravar o primeiro álbum É Tudo Amor, editado no ano seguinte. É, no entanto, com o segundo registo de originais, Eu, de 2005, que vence a maior parte dos grandes prémios musicais de Angola. Entre 2009 e 2010 é convidado por Eros Ramazzotti para participar numa digressão de 62 concertos pela Europa. Consciente da importância do seu trajeto em Angola, edita, em 2015, O Intérprete, álbum em que reflete sobre a influência que provocou nos novos artistas angolanos.
Yuri da Cunha é hoje visto como um dos melhores e mais influentes músicos da história da música angolana. Continua, como desde o início, a pretender criar respeito e dignidade pela história e cultura africana e particularmente pelo património cultural do seu país.