Por investirem em ações, os fundos PPR foram, inevitavelmente, os mais afetados. Em resumo, 2022 não foi um ano nada favorável para quem investiu em PPR.
No entanto, a DECO PROTESTE aponta cinco razões para os PPR não serem resgatados:
1. Resgatar agora, efetiva as perdas
Os PPR são aplicações de longo prazo e, claro, há sempre períodos menos bons; no entanto, são compensados pelos ganhos dos anos de valorização das bolsas. Quem tem um PPR sob a forma de fundo e o resgatar agora, pode efetivar a perda. Isto é, o valor das unidades de participação pode ser inferior ao que era na data em que subscreveu o fundo. Em teoria, num ano de crise e desvalorizações, dever-se-ia até reforçar e aplicar mais, já que as unidades de participação dos fundos estão com uma cotação mais baixa e a tendência será para valorizarem.
2. Mercados começam a recuperar
Depois de 10 anos de um desempenho excecional, as bolsas estão a passar por uma fase com muita volatilidade. Mesmo assim, o pior da crise energética foi superado na Europa, e da Ásia sopram ventos favoráveis. O primeiro semestre deste ano já foi bem mais animador para os fundos PPR.
A prova é que as Escolhas Acertadas da DECO PROTESTE conseguiram recuperar: o BBVA Estratégia Investimento PPR subiu 7,3%; o Alves Ribeiro PPR/OICVM 4,3%; e o GNB PPR/OICVM 1,2 por cento.
3. Amortizar o crédito à habitação não baixa assim tanto a prestação
Desde o final de junho, é possível pedir o resgate antecipado do PPR para amortizar o empréstimo de habitação própria e permanente, bem como os contratos de crédito à construção ou beneficiação de imóveis com a mesma finalidade. O reembolso tem, contudo, o limite anual de 12 vezes o IAS (5.765,16 euros), o que significa que não terá um impacto muito relevante. Por exemplo, num empréstimo de 200 mil euros, com um spread de 1,5% e taxa Euribor a 6 meses, a prestação mensal vai baixar 44 euros.
4. Reformas vão diminuir significativamente
Provavelmente, o plano de poupança fará falta a muitos portugueses quando a idade da reforma chegar.
Neste momento, quem se reformar, ainda recebe 74% do último salário. Contudo, de acordo com o último relatório Ageing Report, da Comissão Europeia, esta taxa de substituição vai baixar drasticamente. O valor das reformas, entre 2030 e 2050, deverá cair para cerca de metade. Por
isso, a DECO PROTESTE recomenda, a quem tem entre 20 e 40 anos, a iniciar uma poupança de longo prazo o mais cedo possível.
5. Benefícios fiscais relevantes
Os PPR têm vantagens fiscais que os tornam muito apetecíveis. Primeiro, permitem deduzir, todos os anos, à coleta de IRS, 20% do valor aplicado, com um limite máximo de 400 euros, para quem tem até 35 anos, 350 euros se tiver entre 35 e 50 anos, e 300 euros acima de 50 anos.
Mas o benefício fiscal mais significativo dos PPR é a taxa de imposto aplicada “à saída”. Isto é, a tributação sobre o rendimento é calculada apenas no momento do resgate e beneficia de uma taxa reduzida, que varia entre 8% e 21,5%, consoante o prazo da aplicação e se resgata de acordo com a legislação ou fora das condições.