Terence Davies deu vida a curtas-metragens, documentários e longas autobiográficas, tendo adaptado várias obras literárias ao cinema e fez biopics de Emily Dickinson e de Siegfried Sassoon.
“É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento de Terence Davies, que morreu em paz, em sua casa, depois de uma breve doença”, informou um post na conta do realizador no Instagram.
Nascido em Liverpool, em Inglaterra, em 1945, Davies dirigiu filmes como “Vozes distantes” (1988), “Amor profundo” (2011) e “Aqueles longos dias” (1992). Autobiográfico, “Vozes distantes” retrata uma família disfuncional em Liverpool. Davies abandonou a escola aos 16 anos e trabalhou durante uma década como vendedor antes de optar pelo cinema.
O seu primeiro filme foi o curta-metragem “Crianças”, também é autobiográfico. Frequentou a Escola Nacional de Cinema, dirigiu um filme inspirado na sua experiência ao balcão, “Madonna e o menino”.
A vida das classes trabalhadoras era um tema explorado com frequência pelo cineasta, assim como a sua própria autobiografia.
No obituário publicado pelo Los Angeles Times é recordada uma entrevista em que disse que ficava “sempre um choque” quando lhe diziam que os seus filmes eram deprimentes.
“Os meus filmes não são muito felizes porque eu não estou muito feliz”, afirmou Terence Davies a este jornal norte-americano em 2017. “Sinto-me atraído por filmes sobre luta e escuridão. Sinto-me atraído por um certo tipo de coragem. Sinto-me atraído por pessoas criativas que não são reconhecidas.”