Segundo o trabalho, coordenado pelo Observatório de Paris, em França, o oceano terá entre cinco e 15 milhões de anos, o que faz de Mimas um alvo primordial para estudar as origens da vida no Sistema Solar (a água líquida é um elemento essencial para a vida tal como se conhece).
A idade “jovem” deste oceano subterrâneo foi estimada a partir da análise das interações das marés de Mimas com Saturno, o segundo maior planeta do Sistema Solar, depois de Júpiter.
Ao analisarem alterações subtis na órbita e na rotação da lua, os autores do estudo puderam inferir a presença do oceano interno e estimar o seu tamanho e profundidade.
O oceano de Mimas, que os cientistas admitem preencher metade do volume da lua, terá cerca de 400 quilómetros de diâmetro e está a 20 a 30 quilómetros abaixo da crosta gelada.
Dado o pequeno tamanho de Mimas – Júpiter tem cerca de 140 mil quilómetros de diâmetro – o oceano desta lua de Saturno equivale apenas a 1,2% a 1,4% dos oceanos da Terra.
No seu trabalho, os investigadores analisaram dados da sonda espacial norte-americana Cassini, que orbitou Saturno e as suas luas durante mais de 10 anos.
Descoberta em 1789 pelo astrónomo britânico William Herschel, Mimas tem o nome de um gigante da mitologia grega e completa a família de luas raras do Sistema Solar que terão água líquida sob a sua superfície gelada – Europa e Ganimedes (luas de Júpiter) e Encélado e Titã (luas de Saturno).
Lusa