A obra de ampliação, orçada em cerca de 3,5 milhões, foi iniciada há dois anos com o objetivo de acolher mais famílias e jovens adultos (dos 18 aos 25 anos), população que a Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro também já acompanha.
Aos 12 quartos iniciais acrescem outros 20 que permitem acolher gratuitamente, além das famílias, jovens adultos que estão em tratamento em todos os hospitais da grande Lisboa, refere a associação em comunicado.
“Com esta obra, prevemos passar de cerca de 45 famílias anualmente acolhidas para cerca de 120, sendo os períodos de estadia bastante variáveis, pois dependem da necessidade clínica da criança ou do jovem doente”, adianta.
A Acreditar realça que o “investimento muito expressivo” da obra foi possível graças à mobilização da sociedade civil empresas e particulares.
“É um reconhecido exercício de responsabilidade social e cidadania ativa, uma vez que a partir dos seus donativos, as famílias veem assegurado o conforto, segurança e normalização possível, para fazer face à exigência da doença”, sublinha.
Desde que entrou em funcionamento em 2003, já passaram pela casa de Lisboa 1.695 famílias, a maioria da Madeira, Açores, Algarve e Alentejo, e também dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
A Casa Acreditar de Lisboa foi a primeira a ser construída, em frente ao IPO, e está em funcionamento há 20 anos. Seguiram-se a Casa de Coimbra, com 20 quartos, e do Porto, com 16 quartos. Todas localizadas junto aos centros de referência em oncologia pediátrica.
A diretora-geral da Acreditar, Margarida Cruz, salienta a importância destas casas para as famílias que ali chegam “com o medo estampado no rosto” e “as crianças tímidas e quase apáticas por verem outro sítio estranho neste percurso do cancro, que iniciaram tão cedo”.
“Passados dias os pais cozinham com energia e oferecem iguarias das suas terras, as crianças correm e brincam e perguntam e implicam…… As Casas da Acreditar normalizam a vida de a quem viu tão ‘virada do avesso’ e isso só é possível porque toda a sociedade se uniu à Acreditar para esse processo de normalização”, referiu Margarida Cruz.
A associação refere que as Casas Acreditar desempenham um papel crucial, aliviando a carga financeira e emocional associada ao tratamento oncológico, uma vez que as famílias ficam, gratuitamente, o tempo necessário aos tratamentos dos seus filhos.
Anualmente, cerca de 400 novos casos de cancro são diagnosticados em crianças e adolescentes, sendo que o tratamento oncológico, muitas vezes, requer deslocações frequentes para os hospitais pediátricos, em Lisboa, Porto e Coimbra, aumentando a necessidade de alojamento e suporte para as famílias.
Em 2023, a Acreditar apoiou 711 famílias, através de 1.735 apoios, onde se destaca o apoio económico, que teve um incremento de 61%.
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Lusa/fim