A medula óssea é um tecido de consistência mole que preenche o interior dos ossos longos e as cavidades esponjosas dos ossos, como por exemplo os da bacia. É nesse tecido que existem células progenitoras, ou seja, com capacidade para se diferenciarem e dar origem a qualquer célula do sangue periférico, as chamadas células progenitoras/estaminais.
Estas células renovam-se constantemente mantendo um número relativamente constante ao longo da vida.
Há muitas doenças do sangue, principalmente as leucemias, para as quais a transplantação de medula óssea é a única possibilidade terapêutica para o doente ficar curado.
O dador ideal é um irmão compatível, o que acontece, apenas, em 25% a 30% dos casos. Nas demais situações só a ajuda de um dador não relacionado e voluntário poderá oferecer ao doente a possibilidade de ser transplantado. A disponibilidade de todos para a dádiva de células de medula óssea é, por isso, para os doentes que não têm um dador compatível na família, a única esperança de vida.
O transplante de medula óssea é um processo que inclui a administração de doses altas de quimioterapia ao doente, seguido da infusão de células progenitoras hematopoiéticas do dador, semelhante a uma transfusão de sangue.
Estas células saudáveis do dador vão substituir as células doentes e são responsáveis pela formação de novas células saudáveis. Contudo, para que o transplante tenha sucesso, as células do dador devem ser o mais compatível possível com as células do doente.
Tendo em conta a grande diversidade dos indivíduos, a maioria dos dadores inscritos no Registo nunca serão chamados para uma doação. Podem passar vários anos até que um dador em particular seja selecionado como compatível com um doente (recetor) e seja chamado para fazer a doação.
Está clinicamente demonstrado que quanto mais jovem for o dador maior será a sobrevivência do doente transplantado, porque a medula transplantada será mais capaz de reconstituir o sistema imunitário do doente e terá maior eficácia na prevenção da recaída (no caso de transplante por doenças malignas).
Informação: Instituto Português do Sangue e da Transplantação