Em outubro celebra-se o mês internacional de prevenção do cancro da mama. O movimento conhecido como “Outubro Rosa” (Pink October, no original) surgiu nos Estados Unidos, na década de 1990, para sensibilizar a população quanto à importância da prevenção no combate ao cancro da mama.
Esta doença é uma das principais causas de morte por cancro, entre as mulheres, sendo igualmente considerado o tipo de cancro mais frequente. Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 6.000 novos casos de cancro da mama, e cerca de 1.500 mulheres morrem com esta doença.
São conhecidos alguns dos fatores de risco (fatores que podem aumentar a probabilidade de ter uma determinada doença) para o cancro da mama. Estes estão muito associados ao estilo de vida e a características reprodutivas inerentes à vida moderna e ocidentalizada (obesidade, ausência da prática de atividade física, a toma da pílula, a opção de não amamentar, entre outros), mas não só. Entre 5 a 10% dos cancros da mama diagnosticados aparentam características genéticas e hereditárias.
No entanto existe ainda um grande desconhecimento generalizado sobre alguns dos detalhes que podem caracterizar este tipo de cancro. Eis 5 factos menos conhecidos sobre o Cancro da Mama que podem surpreender.
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Nem todos os cancros de mama formam nódulos percetíveis
É habitual que neste tipo de caso ocorra a formação de nódulos que podem ser sentidos através de um auto-exame. No entanto isto é o resultado de um tumor com um tamanho já substancial. Idealmente a deteção do problema deve ser feita antes de sentir qualquer tipo de nódulo.
De resto existe adicionalmente um tipo de cancro que não forma qualquer tipo de “caroço” sólido: o carcinoma lobular invasivo. Neste tipo de situação pode ser sentido apenas um endurecer da pele na região. Como tal, é fundamental que se realizem mamografias frequentes, capazes de identificar o cancro antes de qualquer tipo de nódulo se formar.
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Os homens também podem desenvolver um cancro de mama
A maioria dos casos de cancro de mama envolvem mulheres, no entanto os homens podem igualmente ser vítimas deste grave problema. Alguns dados apontam para que 1 em cada 830 homens venham a ser diagnosticados com este tipo de tumor ao longo das suas vidas. Sendo certo que é uma probabilidade consideravelmente inferior quando comparado com as mulheres, a verdade é que os homens devem igualmente estar atentos ao mesmo tipo de sinais, mantendo-se vigilantes em relação a qualquer estranha alteração.
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O tratamento nem sempre envolve quimioterapia
Há 30 ou 40 anos atrás este tipo de doença era tratado sempre da mesma forma. Atualmente, no entanto, sabemos que existem pelo menos quatro ou cinco subtipos de cancro de mama que exigem terapias distintas. O tratamento é agora cada vez mais personalizados de forma a conseguir dar uma resposta mais eficaz a evolução das células cancerígenas. Em muitos casos isso pode não envolver a quimioterapia. Uma combinação de terapias hormonais e radiação pode ser capaz de manipular o nível de hormonas no organismo da mulher, conseguindo desta forma retardar a evolução do cancro e auxiliar a sua eliminação.
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A herança genética desempenha um papel complexo
Todas as mulheres que têm um historial familiar com casos de cancro deverão estar mais alerta e vigilantes. No entanto esta situação pode ser mais complexa do que aparenta ser. É fundamental que conheça o historial clínico tanto dos familiares do lado da mãe como do pai. A herança genética paterna pode ser tão ou mais influente. De resto é importante que informe o seu médico de casos de familiares que sofreram cancros em outras regiões – tais como na pele, cólon, ovários ou pâncreas. Dependendo da mutação genética isto é algo que pode (ou não) aumentar o risco de cancro da mama.
Apesar de tudo isto é fundamental reforçar que a herança genética é apenas um de vários fatores de risco. Cerca de 90% dos casos não estão relacionados com o historial familiar. O mais provável é serem o resultado da combinação de diversos outros fatores.
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É possível diminuir o seu risco
Um estilo de vida saudável pode ser determinante para reduzir o seu risco. Uma atividade física diária regular, uma dieta alimentar equilibrada (que evite comida processada e carnes vermelhas), o manter de um peso corporal saudável e o evitar fumar, são tudo estratégias recomendadas que podem proteger o seu organismo. Estudos confirmam adicionalmente uma associação entre o álcool e o cancro pelo que é importa que reduza o seu consumo.
De forma geral, tudo aquilo que seja capaz de reduzir a inflamação do corpo e das células poderá contribuir para diminuir o risco de desenvolver cancro na mama. À medida que a tecnologia e a investigação científica se desenvolvem é esperado que um dia sejamos capazes de identificar com máxima exatidão os fatores de estilo-de-vida que mais contribuem para esta doença.