Bilhetes à venda esta sexta-feira, dia 22 de novembro às 10h, em everythingisnew.pt e nos locais habituais.
Editado em maio deste ano, Lives Outgrown, é composto por 10 belíssimas novas faixas gravadas ao longo de 10 anos, com produção de James Ford (Arctic Monkeys, Depeche Mode, The Last Dinner Party) e da própria Beth Gibbons, e ainda de Lee Harris (Talk Talk).
Este é seu o trabalho mais pessoal até hoje, fruto de um período de profunda reflexão e mudança — “muitas despedidas”, nas palavras de Beth. Despedidas de familiares, de amigos e, até, de quem ela costumava ser. Estas são canções de um ponto intermédio da vida, quando olhar para o futuro já não traz as mesmas promessas e olhar para trás ganha um foco mais nítido e melancólico.
“Percebi como é a vida sem esperança,” diz Beth. “E essa foi uma tristeza que nunca tinha sentido. Antes, tinha a capacidade de mudar o meu futuro, mas, quando estás contra o teu corpo, não o consegues forçar a fazer algo que ele não quer.”
As canções abordam temas como a maternidade, a ansiedade e a menopausa (que Beth descreve como “uma auditoria massiva” e “uma enorme ressaca” que “te corta as pernas”), assim como, inevitavelmente, a mortalidade.
“As pessoas começaram a morrer,” diz Beth. “Quando somos jovens, não conhecemos os finais, não sabemos como tudo vai acabar. Pensamos: vamos superar isto. Vai melhorar. Mas alguns finais são difíceis de digerir.” Contudo, emergir desta década de mudança e realinhamento deixou Beth com um sentido de renovação. “Agora, que cheguei ao outro lado, penso: tens de ser corajosa,” afirma.
Para além do seu trabalho com os Portishead, do álbum Out Of Season com Rustin Man (2002) e da gravação da sua interpretação da Sinfonia das Canções Tristes de Górecki (2014), Beth foi mais recentemente ouvida a colaborar com Kendrick Lamar na faixa “Mother I Sober” do álbum Mr. Morale & the Big Steppers (2022).