Sabe o que é a Zona? Conhece o risco de vir a desenvolver esta doença? Se a sua resposta for negativa, saiba que não está sozinho. Um inquérito internacional, feito junto de pessoas com mais de 50 anos, de nove países, um dos quais Portugal, confirma que mais de metade das pessoas desconhece esta doença. 1
Segundo dados deste estudo, 50% dos portugueses sentem-se mais jovens do que a sua idade, e 40% não se consideram em risco de desenvolver Zona – uma doença que pode afetar uma em cada três pessoas e leva ao internamento de uma pessoa a cada dois dias no nosso país. 1,2
Questionados sobre o que é a Zona, 63% dos inquiridos saudáveis em Portugal, que participaram neste estudo, dizem não ter grande conhecimento sobre o tema. Uma percentagem que é apenas ligeiramente inferior entre as pessoas com comorbilidades (60%), apesar de, para estas, o risco de desenvolver Zona ser ainda maior. 1,3
Entre 24 de fevereiro a 2 de março, realiza-se a Semana de Sensibilização para a Zona, e nesse âmbito a GSK, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), lançam a campanha que tem como mote “Uma dor que marca: vozes de quem sentiu a Zona”,que pretende dar a conhecer os riscos e a gravidade da doença, partilhar mais informação sobre a doença e alertar para a importância da prevenção, que pode ser feita através da vacinação, do exercício físico e da gestão do stress, entre outros fatores.
Mas o que é a Zona? Trata-se de uma doença causada pela reativação do vírus varicela-zoster, o vírus responsável pela varicela, e que, depois da manifestação da doença, que costuma acontecer na infância, permanece adormecido no corpo ao longo da vida. Com o envelhecimento natural do sistema imunitário, sobretudo a partir dos 50 anos, este vírus pode despertar, causando Zona. 2, 4-7
Sofia Duque, da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, considera que “apesar de uma parte considerável da população acima dos 50 anos não se sentir em risco, esta é uma doença que pode afetar portugueses que se consideram saudáveis e que devem estar alertas para a necessidade de prevenir esta doença e as suas complicações, que por vezes levam a um decréscimo acentuado da sua autonomia e alegria de viver”.
O inquérito revela ainda que quase 40% dos inquiridos em Portugal não estão preocupados com a probabilidade de desenvolverem a doença, com menos de 10% a confirmarem uma grande preocupação, e mostra que são muitos os que desconhecem que doenças crónicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), doença renal crónica, depressão, doenças oncológicas ou doenças autoimunes, aumentam significativamente a probabilidade de vir a desenvolver Zona, uma consequência do sistema imunitário mais fragilizado. 1-3
O Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Nuno Jacinto, alerta que “esta doença pode ter um grave impacto na saúde dos que a desenvolvem, muitas vezes com uma significativa diminuição da qualidade de vida” mas também defende que “a Zona tem consequências ao nível da sustentabilidade do SNS, sendo a causa de múltiplos episódios de atendimento em contexto agudo (quer nos Hospitais quer nos Cuidados de Saúde Primários), recursos que poderiam ser poupados através da adoção de medidas de prevenção.
O risco de desenvolver Zona é também potenciado nos casos de trauma físico, stress psicológico agudo, exposição solar excessiva e hábitos de vida pouco saudáveis (tabagismo, alimentação desequilibrada, sedentarismo e sono insuficiente). 2,3
Hábitos que, de resto, o inquérito internacional, financiado pela GSK e realizado pela Ipsos, que envolveu 8.400 adultos com idades entre os 50 e os 60 anos de nove países (Brasil, China, Alemanha, Índia, Irlanda, Itália, Japão, Portugal e EUA), confirma que são comuns entre os inquiridos portugueses. De facto, mais de 50% dos maiores de 50 anos em Portugal relatam estar sob stress, com mais de metade (51%) a descreverem as suas vidas como solitárias, stressadas, e pouco saudáveis. 1
Sobre a Zona:
Sensação de formigueiro ou dor numa área da pele, dor de cabeça ou mal-estar geral são alguns dos primeiro sintomas de Zona, aos quais se costuma seguir uma erupção cutânea (vesículas ou bolhas) apenas de um lado do corpo, mais frequentemente no peito, abdómen ou rosto. E se, para alguns, os sintomas melhoram passadas algumas semanas, para outros a dor torna-se crónica, com complicações que podem durar meses ou até anos, sendo a mais comum a nevralgia pós-herpética, uma dor incapacitante. Alterações da pele, envolvimento dos olhos com potenciais complicações e problemas de audição são outras das complicações a ter em conta. 2, 3-7
Referências
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IPSOS on behalf of GSK. Shingles Awareness Week 2025 Survey (Brazil, China, Germany, India, Ireland, Italy, Japan, Portugal, and USA). Data on file. 2025.
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Marra, F., et al. Risk Factors for Herpes Zoster Infection: A Meta-Analysis. Open forum infectious diseases. 2020;7.
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Johnson, R.W., et al. Herpes zoster epidemiology, management, and disease and economic burden in Europe: a multidisciplinary perspective. Therapeutic advances in vaccines. 2015;3(4):109-20.
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