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A polémica continua: Santa Comba Dão não desiste do Centro Interpretativo do Estado Novo

10 Abril 2024
Forever Young

Meio século após o fim do Estado Novo, em Santa Comba Dão prepara-se a criação de um centro interpretativo deste período da história portuguesa, mas o projeto está envolto em polémica e ensombrado pelo receio de que ‘ressuscite’ o fascismo.

António Oliveira Salazar, figura maior do Estado Novo, nasceu no Vimieiro, no concelho de Santa Comba Dão, distrito de Viseu.

Há cerca de 17 anos que os executivos camarários – primeiro liderados pelo social-democrata João Lourenço e depois pelo socialista Leonel Gouveia – falam do projeto, argumentando que seria uma forma de alavancar o desenvolvimento turístico.

“Se este projeto tivesse tido iniciativa em outro local, nomeadamente em Lisboa, provavelmente já estava feito. Mas como é em Santa Comba Dão parece-me que existem constantemente forças a tentar bloqueá-lo”, disse à agência Lusa António José Correia, que foi vice-presidente de João Lourenço e é atualmente vereador da oposição PSD/CDS-PP.

Há também “falta de determinação e de força política para o implementar”, disse aquele vereador, lembrando que Leonel Gouveia tinha anunciado a abertura da primeira fase do Centro Interpretativo do Estado Novo (CIEN) para maio de 2023, o que até hoje não aconteceu.

Leonel Gouveia escusou-se a prestar declarações à Lusa, mas, em março de 2023, tinha dito que queria ter o contributo dos munícipes e dos visitantes para o projeto final do CIEN, que surgirá na Escola Cantina Salazar, um edifício dos anos 40 do século XX, situado no Vimieiro.

“Pretendemos, por um lado, dar a conhecer o edifício da escola, que só por si tem valor histórico e, por outro, colocar a sufrágio dos visitantes e dos munícipes um projeto que foi trabalhado e validado”, explicou, na altura.

Apesar das críticas à autarquia por querer usar um ditador para promover o concelho, durante estes anos o projeto passou por várias fases, tendo mesmo integrado uma rede de centros interpretativos ligados à história e à memória política da primeira República e do Estado Novo, que não teve continuidade.

António José Correia frisou que “este é um projeto estratégico para Santa Comba Dão” e, apesar de ter algumas diferenças relativamente ao que foi pensado nos mandatos de João Lourenço, a oposição apoia Leonel Gouveia.

“Não temos nada a opor, bem pelo contrário. Nós já dissemos variadíssimas vezes que estamos ao lado do senhor presidente para implementar este projeto”, garantiu.

O também presidente da concelhia do PSD lembrou que o Estado Novo foi “um período marcante da história” de Portugal e que um projeto que o retrate “deve ser desenvolvido em Santa Comba Dão”.

Opinião diferente tem a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), que já apresentou duas petições na Assembleia da República contra o projeto: em 2009, com 16 mil assinaturas, e em 2020, com 11 mil assinaturas.

“Na maioria dos países europeus que passaram pelo nazismo e pelo fascismo, pelas ditaduras, a memória histórica – que é o que está em causa, pelo menos para a URAP – não é feita do lado de quem promoveu a ditadura, é feita do lado das vítimas”, disse à Lusa António Vilarigues.

Este membro do conselho diretivo da URAP sublinhou que a memória histórica “não é feita do lado dos algozes, mas de quem sofreu a tortura”, apontando como exemplo os campos de concentração da Alemanha.

António José Correia esclareceu que, quer no passado, quer agora, o que se pretende implementar em Santa Comba Dão é “um centro interpretativo em que cada um analise todo o período do Estado Novo nas suas mais diversas vertentes – política, económica e social – para que, de forma distanciada e livre, possa fazer a sua interpretação”.

“Não é para demonizar, não é para exaltar nada, é para fazer uma leitura de uma forma isenta”, realçou, acrescentando que, para tal, o projeto deverá ter “uma forte sustentabilidade científica”.

“Devia ter sido já criada há muito tempo uma comissão científica que pudesse balizar aquilo que seria o Centro Interpretativo do Estado Novo para, depois disso, haver a decisão política de o implementar, de uma forma bem comunicada, para quebrarmos de vez este estigma que começa a existir sobre a sua construção”, acrescentou.

Para a URAP, a história deve ser explicada através de “museus que reflitam a resistência, as vítimas”, como acontecerá, por exemplo, em projetos de Lisboa, Peniche e Porto.

António Vilarigues frisou que o acervo que tem interesse científico está na Torre do Tombo e que em Santa Comba Dão apenas existe “o restaurador Olex e a cama do Salazar”.

Alberto Andrade, do Conselho Nacional da URAP, considerou que quer os executivos liderados por João Lourenço, quer por Leonel Gouveia, pretendem “pintar de azul um quadro negro” da história de Portugal.

“Com tanto que o concelho tem para desenvolver, é com o museu que ele quer fazer uma atração turística, chamar ‘skinheads’, chamar neonazis?”, perguntou.

A poucos metros do edifício da câmara vive António Cordeiro, que está prestes a completar 89 anos e que gostaria de conseguir ver o centro interpretativo a funcionar, ainda que a história tenha “coisas boas e outras menos boas”.

“A política é um pouco isto, nem todos terão certamente só a dizer coisas boas de Salazar. Foi um ditador, logo aí perde. Os ditadores, não os queremos”, frisou o idoso, acrescentando que, no entanto, pelo movimento que o projeto daria ao concelho, “tem o apoio da maioria das pessoas” da terra.

Fernando Durães, de 76 anos, não arriscou uma percentagem tão elevada, considerando que só cerca de 50% dos munícipes gostariam de ver nascer o CIEN no Vimieiro.

Na sua opinião, “a polémica é só para quem quer entender dessa maneira”.

“Na nossa autarquia já lá estiveram de várias cores, todos respeitaram isto e porque é que não havemos de continuar a respeitar?”, questionou Fernando Durães, depois de beber a sua bica num café situado no Largo Dr. Salazar.

*** Ana Maria Ferreira (texto) e Paulo Novais (fotos e vídeo) ***

AMF // SSS

Lusa/Fim

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