Adaptar parques infantis a adultos. A ideia está a ganhar força e a chegar a Portugal

Em várias cidades estão a surgir parques multigeracionais com equipamentos que fomentam a prática de exercício físico (também) para os adultos.

O movimento de adaptar parques infantis e jardins com equipamentos que promovam a prática de exercício físico (também para os adultos) já é muito popular na China, no Japão e está agora a chegar à Europa (incluindo Portugal) e à América, segundo um artigo do Wall Street Journal. Esta é uma medida que atende à necessidade de cuidar do envelhecimento da população, por parte das organizações e municípios.

Este é um novo conceito que tende a apresentar equipamentos de baixo impacto financeiro para as câmaras municipais e amigáveis para o ambiente.

Mas, os prós destes equipamentos não se ficam por ai. O diretor de uma organização sem fins lucrativos norte-americana, Cedric Bryant, defende que estes se «concentram na promoção do equilíbrio, flexibilidade e amplitude do movimento, os quais podem ajudar com as capacidades funcionais das pessoas e permitir que eles façam mais do que desejam».

A mesma publicação dá ainda vários exemplos de organizações que já estão a trabalhar no sentido de aumentar o número de parques e a diferenciação dos equipamentos, que possam dar este contributo às pessoas, para uma atividade física mais regular e diversificada em espaços públicos ao ar livre.

Corpo e mente sãos

Embora estes recreios para adultos possam oferecer vários benefícios, é o impacto potencial na saúde que interessa verdadeiramente à maioria dos grupos.

Um estudo finlandês encontrou melhorias significativas no equilíbrio, velocidade e coordenação dos 40 participantes que usaram um desses parques regularmente por três meses. Essas habilidades podem significar a diferença na saúde com que uma pessoa enfrenta o envelhecimento.

O acesso a espaços de recreação ao ar livre também pode ajudar a combater o isolamento e os males associados ao humor, como a depressão que afeta muitas pessoas mais velhas. Doença que a Organização Mundial de Saúde prevê que seja a segunda principal causa de incapacidade global até 2020.

Aliás, «estes ambientes podem ser altamente sociais», como afirma o CEO do Conselho Internacional sobre Envelhecimento Ativo (ICAA) Colin Milner. O que pode ser «algo positivo e revigorante, especialmente, nos casos de isolamento, como a mudança dos filhos ou a morte do cônjuge».

Variedade de benefícios 

No entanto, outros duvidam que esses “recreios adultos” tenham um amplo impacto nos efeitos do envelhecimento.

O professor de ciências da saúde Wojtek Chodzko-Zajko admite que «tudo o que as pessoas puderem fazer para sair de frente da televisão é provavelmente uma boa ideia», apesar de a hipótese «de grandes proporções de pessoas saírem e exercitarem em público ainda não ter sido demonstrada».

Chodzko-Zajko diz que «as pessoas precisam de um menu de opções, oportunidades para serem ativas à sua maneira e fazer o que gostam, como caminhar com um amigo, fazer jardinagem», entre outras alternativas. Algo que uma empresa norte-americana (Play by Design), especializada em espaços de recreação infantil, já viu como uma oportunidade para escalar o seu negócio.

O seu diretor de projetos, Michael Cohen, defende a criação de «lugares divertidos e alegres que façam as pessoas querer voltar». Algo que, acredita ele, pode ter insucesso com a exclusiva construção de espaços que «promovam a musculação ou treinos de resistência».

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