Uma equipa de investigação da Universidade de Washington publicou recentemente um estudo em que ensinou a Alexa, – além de um iPhone 5s e um Samsung Galaxy S4 -, a ouvir a nossa respiração e detetar um ataque cardíaco. Estes dispositivos foram capazes de ouvir certos sons que são um sinal de alerta importante: com 97% de identificações corretas e raros falsos positivos (0,2%).
A Amazon, que se recusou a comentar este artigo, detém uma patente sobre uma tecnologia acústica que reconhece e pode agir em interrupções significativas de áudio. Além de outras sobre a monitorização do fluxo sanguíneo e da frequência cardíaca através de uma webcam, com a qual pode enviar os sinais vitais para um consultório médico, antes de ir à consulta, e continuar a controlar a sua condição, depois de chegar a casa.
Evolução da Alexa
Até aqui, a assistente virtual inteligente da Amazon, a Alexa, tinha a capacidade de interagir por voz, tocar músicas, fazer listas de tarefas, configurar alarmes, prover informações sobre tráfego, temperatura, entre outras informações, além de controlar sistemas e aparelhos inteligentes e conectados. No futuro, a empresa de Jeff Bezos aspira que o seu dispositivo possa entrar no campo da saúde.
Com efeito, a Amazon espera que a Alexa ajude os médicos a diagnosticar doenças mentais, autismo, concussões e a doença de Parkinson. A empresa norte-americana até ambiciona que ela possa detetar a ocorrência de um ataque cardíaco.
Atualmente, a Alexa já pode realizar um punhado de tarefas relacionadas à assistência médica, nomeadamente, rastrear os níveis de glicose no sangue, descrever sintomas, dar instruções de cuidados pós-cirúrgicos, monitorizar entregas domiciliares e consultas no centro de atendimento de urgência mais próximo. Isso deveu-se à realização de inúmeras parcerias com empresas da saúde, para permitir que consumidores e funcionários usem esse dispositivo para fins de assistência médica.
Desde que a Amazon obteve permissão para usar registos de saúde de pacientes protegidos sob a lei de privacidade norte-americana, o número de possíveis funções da Alexa aumentou. Em breve, este assistente virtual pode mudar a forma como os consumidores (não apenas os interessados em tecnologia) obtêm informações de saúde, ao permitir que as empresas de assistência à saúde criem serviços para os consumidores usarem em casa.
Numa entrevista de 2018, o vice-presidente da Amazon e um dos criadores da Alexa, Rohit Prasad, descreveu que a evolução de Alexa, utilizando as informações agora recebidas, pode «permitir que os algoritmos se tornem mais inteligentes incorporando informações de uma ampla variedade de fontes». Num futuro próximo, Prasad acrescentou que a Alexa vai aumentar a sua consciência, sendo capaz «de reconhecer, compreender e responder às solicitações dos utilizadores».