A reabertura de restaurantes, ginásios e hotéis comporta o maior risco de propagação da Covid-19, segundo apurou um estudo norte-americano, elaborado com base na utilização de dados de telemóveis de 98 milhões de cidadãos, a fim de modelar os riscos de infeção em diferentes locais.
Os investigadores da Universidade de Stanford e da Northwestern University, nos Estados Unidos, utilizaram dados recolhidos entre março e maio em cidades de todos os estados para mapear os movimentos. Assim, analisaram para onde foram, quanto tempo permaneceram em determinado local, quantas pessoas lá estiveram e de que bairros eram provenientes. Depois, combinaram essa informação com dados sobre o número de casos e a forma como o vírus se espalhava para criar modelos de infeção.
Em Chicago, por exemplo, o modelo do estudo antevê que se os restaurantes forem reabertos e funcionarem em plena capacidade podem gerar quase 600.000 novas infeções.
O estudo, publicado esta terça-feira na revista científica Nature, constatou também que cerca de 10% dos locais examinados foram responsáveis por 85% das infeções previstas.
Os modelos produzidos na investigação também sugeriram que não são necessários confinamentos generalizados para manter o vírus sob controlo. Segundo os investigadores, máscaras, distanciamento físico e capacidade reduzida podem desempenhar um papel importante para manter o número de infeções controlado.
Por exemplo, a limitação da ocupação a 20% em locais na área metropolitana de Chicago reduziu em mais de 80% as novas infeções previstas no estudo. E como os limites de ocupação só afetaram principalmente o número de visitas que tipicamente ocorrem durante as horas de ponta, os restaurantes perderam 42% dos clientes em geral.
A redução da lotação, sugerida pelo estudo, pode ser bastante eficaz para conter o vírus, proporcionando, ao mesmo tempo, benefícios para o comércio e economia.
Fonte: Executive Digest