Em 2023, observou-se um crescimento das queixas na ordem dos 12%, face a 2022. Janeiro passado registou quase 4.000 queixas relacionadas com o aumento dos preços, um aumento de 2%, em relação ao mês homólogo do ano passado. As categorias ‘Banca, Pagamentos e Investimentos’ e ‘Comunicações, TV e Media’ são as que absorvem mais reclamações.
O fim do IVA zero e a subida do preço da eletricidade fizeram disparar a inflação no arranque do ano. Segundo dados do INE, a aceleração foi de 2,3%, apontando para um aumento de 0,9 pontos percentuais do Índice de Preços no Consumidor, em janeiro. A chegada de Fevereiro traz também a subida de alguns preços, nomeadamente nas telecomunicações (4,3%) e um aumento médio de 9,49% dos preços do correio regulado nos CTT. A subida do custo de vida tem um grande impacto no bolso dos portugueses e na insatisfação tornada pública pelos consumidores no Portal da Queixa.
Segundo os dados analisados, em 2023, a subida do custo de vida foi o motivo reportado em 39.840 reclamações registadas no Portal da Queixa, um aumento de 12,3%, em relação ao período homólogo de 2022, onde foram apresentadas 35.488 queixas.
Em Janeiro deste ano, a plataforma recebeu 3.703 reclamações relacionadas com a inflação, um crescimento de 2%, em comparação com o mês homólogo de 2023, onde se verificaram 3.635 queixas.
Entre os setores analisados, verificou-se que, em 2023, lideraram no pódio das reclamações a categoria ‘Banca, Pagamentos e Investimentos’ a absorver 14% das queixas e a categoria ‘Comunicações, TV e Media’ a recolher uma fatia de 13,4%. Segue-se a categoria ‘Informática, Tecnologia e Som’, na origem de 10,7% das denúncias e ‘Água, Eletricidade e Gás’, a gerar 9,7% das reclamações. Em quinto lugar, figura no ranking das mais reclamadas a categoria ‘Transportes Públicos, Aluguer e Condução’, ao somar 6,4% das ocorrências registadas pelos consumidores por causa da subida de preços.
Gracinda Saraiva, foi uma das consumidoras que reportou a sua indignação contra a Caixa Geral de Depósitos: “Reclamo pois o spread que tinha no contrato anterior era de 0.05% e neste novo contrato colocaram 2%, reclamo pois além de não ter sido informada da alteração o qual não concordo e tal como informei não contratei um empréstimo novo.”
Por sua vez, Helder Carvalho, reclamou contra a APIN: “Alteração de preços da água sem aviso prévio. Enviaram a nova tabela de preços junto com a fatura de Janeiro”.