As conclusões são da consultoria global de recrutamento Robert Walters – que acompanha as previsões salariais para o próximo ano, além de entrevistar 4.000 profissionais e 2.000 empregadores para identificar as próximas tendências do local de trabalho.
François-Pierre Puech, Diretor Robert Walters Brasil e Portugal comenta: “Historicamente, os aumentos salariais têm sido usados como uma métrica para recompensar o trabalho árduo, a lealdade ou a progressão. No entanto, o que este inquérito revela é quão verdadeiramente único o mercado continua a ser – onde os aumentos salariais estão agora a ser concedidos por necessidade por empregadores que receiam não aparecer como um empregador responsável ou ético.”
Aumentos salariais marginais para os quadros menos seniores
Embora o custo de vida possa estar na vanguarda dos empregadores, Pesquisa Salarial Robert Walters revela que o aumento salarial médio de 1% a 5% fica em linha com a taxa de inflação prevista para o próximo ano (3,6%).
François-Pierre Puech: “Realmente não é surpreendente ver esses tipos de aumentos salariais na extremidade sénior do mercado, onde em todos os setores enfrentamos uma escassez aguda de candidatos. Em tempos turbulentos, as empresas muitas vezes preferem a experiência ao potencial e, por isso, a guerra pelo talento tem sido mais pronunciada na extremidade sénior do mercado – com a principal atração nestes tempos sendo a remuneração em vez da segurança da empresa, a longevidade da carreira ou os valores de um potencial empregador.
Embora seja tentador aceitar a oferta de um salário inflacionado em outra empresa, aconselhamos os profissionais a abordar essa decisão com cautela. O que sobe vai descer. A escassez de candidatos está a fazer subir os salários, mas as empresas também estão a fazer muita formação interna e recrutamento na extremidade júnior para ajudar a colmatar esta lacuna num futuro próximo.
Quando a escassez de candidatos estabilizar – o que acontecerá – as empresas analisarão seus maiores custos de pessoal e analisarão se precisam pagar mais esse preço. Vimos acontecer algo semelhante na pandemia, onde a maioria dos cortes foi feita em nível de gestão intermediária.”
Empresas compensando com benefícios
Os empregadores admitiram estar receosos com a perda de funcionários que tenha recebido aumentos salariais inferiores à inflação, dessa forma empregadores aumentaram o investimento na cultura do local de trabalho, e nos soft benefits como:
1. Snacks no escritório
2. Trabalho flexível
3. Dispositivos eletrónicos
4. Carro da empresa
5. Programas internos de treinamento
6. Bolsas de estudos
7. Vouchers a utilizar nos estabelecimentos filiados
8. Descontos para atividades esportivas e de lazer