Este “canibalismo celular” é um processo natural comum: dentro do seu próprio corpo, os glóbulos brancos consomem milhões de glóbulos vermelhos velhos a cada segundo.
Um novo estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences USA sugere que o uso de um grupo de genes para estimular esse comportamento canibal poderia melhorar uma nova imunoterapia contra o cancro.
A ideia começou quando a bióloga Denise J. Montell, autora sénior do artigo, e os seus colegas notaram que formas hiperativadas de genes da família Rac, que ajudam as células a envolver as coisas que tentam ingerir, estavam a causar a morte dos tecidos da mosca da fruta.
Descobriu-se que os genes modificados fazem com que as células consumam os seus vizinhos num “frenesi alimentar”, diz Montell. Os humanos têm as suas próprias versões destes genes, chamados RAC, e Montell questionou-se se poderiam ajudar a sua nova colega Meghan Morrissey, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, no seu trabalho na imunoterapia contra o cancro CAR-M.