A atriz belga Émilie Dequenne lutava contra um cancro nas glândulas suprarrenais. Em outubro de 2023, revelou que sofria de carcinoma adrenocortical. Segundo os cientistas, a incidência anual desta doença é de 1 a 2 por milhão de habitantes.
A atriz viria a falecer no passado dia 16, aos 43 anos, no hospital Gustave Roussy de Villejuif, nos arredores de Paris.
«O carcinoma adrenocortical «é um tipo raro, contudo agressivo, de cancro que se desenvolve na glândula suprarrenal – um pequeno órgão situado por cima de cada rim, responsável pela produção de várias hormonas essenciais, entre elas estão o cortisol e as hormonas sexuais», começa por nos esclarecer o oncologista João Vasco Barreira.
«Apesar de muito pouco frequente, este tumor pode ter um impacto significativo na saúde, sobretudo quando é diagnosticado tardiamente», sublinha o especialista.
Relativamente aos sintomas e sinais a que devemos estar atentos, o oncologista esclarece que «estes variam consoante o tumor seja funcional (quando produz hormonas em excesso) ou não funcional (sem produção hormonal)».
Assim, nos casos funcionais, podem surgir sintomas como «aumento rápido de peso, pressão arterial elevada, diabetes ou mau controlo da glicémia, crescimento anormal de pelos no rosto ou corpo (em mulheres), irregularidades menstruais ou ausência de menstruação e fraqueza muscular e alterações de humor», especifica João Vasco Barreira.
Em muitos casos, «o carcinoma adrenocortical é detetado por acaso, durante exames de imagem realizados por outras razões – o chamado incidentaloma», alerta o especialista.
O especialista ouvido pela Forever Young, adianta que «quando a doença está mais avançada ou não é possível operar, pode ser necessário recorrer a outra classe de tratamentos, dependendo do caso, poderá fazer-se radioterapia, ou outros tratamentos com ação sistémica como o mitotano, ou outras classes de quimioterapia, e imunoterapia».