O inquérito realizado pela Fixando entre 9 e 16 de dezembro, a 5.190 utilizadores, revela que 53% dos inquiridos considera a sua habitação fria e que o aumento das despesas com aquecimento é uma preocupação constante, com 84% a expressar receio com os custos de energia nesta época.
Este problema de climatização das casas portugueses reflete-se também na procura por melhorias em eficiência energética, como isolamento, sistemas de aquecimento e instalação de painéis solares, que aumentou 28% entre janeiro e novembro deste ano, face ao mesmo período de 2023, segundo dados da plataforma.
PORTUGUESES QUEREM MELHORAR AS SUAS CASAS
Já num inquérito realizado pela Fixando em outubro deste ano, 20% das famílias avaliava o conforto térmico da sua habitação como muito insuficiente.
Para resolver este problema, entre os equipamentos mais utilizados para aquecer as casas incluem-se o termoventilador (30%), o ar condicionado (26%), aquecedor a óleo (22%) e a lareira (17%).
Além disso, 23% dos inquiridos afirmou que pretende realizar remodelações para otimizar o conforto térmico e a eficiência energética da sua casa.
“Grande parte das casas onde as famílias portuguesas habitam são construções antigas que carecem de um isolamento térmico adequado. Isto resulta em perdas significativas de energia e desconforto para os moradores. São casas muitas vezes de alvenaria comum, sem capoto ou proteção térmica nas janelas, e isso gera problemas como humidade e infiltrações que agravam a sensação de frio e aumentam os custos energéticos”, destaca um especialista do setor, da empresa ACC Inspiração Divina.
O aumento da procura por eficiência energética reflete-se também nos preços médios dos serviços, que subiram este ano. Reparar janelas, por exemplo, tem um custo médio de 110€ (face a 87€ em 2023), e a instalação completa de novas janelas ronda agora os 2916€ (em comparação com 2236€ em 2023). No caso do isolamento, o valor médio é agora 25€ por hora, mais 5€ que em 2023, enquanto os projetos de impermeabilização têm um custo de 715€ em média, um aumento face aos 500€ do ano passado.
“Este interesse crescente em novas soluções para resolver os problemas de aquecimento das casas revela uma sensibilização cada vez maior para a sustentabilidade e eficiência energética, em linha com os desafios impostos pelos custos da energia e pelo clima. A tendência é que estes problemas se agravem se as famílias portuguesas nada fizerem para solucionar os problemas energéticos das suas casas”, alerta Alice Nunes, Diretora de Novos Negócios da Fixando.
A Fixando revela ainda que, por força dos invernos mais rigorosos, a procura por melhorias de eficiência energética é especialmente acentuada no norte de Portugal, com 35% dos pedidos registados na Fixando a surgirem dos distritos do Porto, Braga, Aveiro, Viana do Castelo e Vila Real.
LIMITAÇÕES FINANCEIRAS DETERMINAM ESCOLHAS DOS PORTUGUESES
Apesar dos benefícios de longo prazo das melhorias térmicas, as limitações financeiras continuam a afetar as escolhas dos consumidores.
A maioria das famílias opta por soluções de janelas com vidros duplos, que aumentam a eficiência energética em cerca de 75-80%, enquanto apenas 8% opta por vidros triplos, mais caros, mas com capacidade de isolamento até 30% superior aos duplos, de acordo com os profissionais do setor. A diferença de valores faz com que os consumidores optem pela solução intermédia, para evitar custos mais elevados.
Ignácio Quintana, especialista em renovação habitacional, reforça que o aumento da eficiência energética é possível mesmo com soluções mais acessíveis. “Muitas casas antigas podem melhorar a eficiência térmica com opções simples, como pavimentos vinílicos com isolamento incorporado e paredes em pladur com lã mineral, que aumentam o conforto térmico e acústico de forma acessível. É importante ter opções que equilibrem custo e eficácia, para que o investimento seja realista para mais pessoas”, explica.
Com 52% dos pedidos de serviços de isolamento destinados à instalação de isolamento térmico e 33% à instalação de isolamento impermeabilizante, o objetivo é claro: reduzir as perdas de calor e aumentar o conforto, principalmente nas casas mais antigas. A Fixando revela ainda que 81% destes pedidos destinam-se a moradias.
“As famílias que habitam em casas mais antigas são, naturalmente, as mais afetadas por este tipo de problemas. E apesar do investimento necessário para estas melhorias poder estar menos acessível a famílias de classe média-baixa, os especialistas defendem que este investimento se traduz em poupanças significativas nas contas de energia, além de garantir um ambiente doméstico mais confortável e sustentável”, explica Alice Nunes.