Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o Dia Internacional da Mulher é comemorado desde o início do século XX.
Actualmente, a data é cada vez mais celebrada como um dia para a reivindicação de igualdade de género, o que, de facto, nos leva à sua origem: a luta de mulheres que trabalhavam em fábricas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, e cujas condições de trabalho eram ainda piores do que as dos homens.
Os primeiros “dias das mulheres” que surgiram no mundo, tiveram, muito provavelmente ínio na passeata realizada por mulheres no dia 26 de fevereiro de 1909, em Nova Iorque, refere a BBC. «Perto de 15 mil mulheres marcharam nas ruas da cidade exofindo melhores condições de trabalho, sendo que na altura as jornadas chegavam a 16h00 por dia, seis dias por semana e, não raro, incluíam também os domingos».
Simultaneamente, o movimento crescia nas fábricas da Europa. «Em agosto de 1910, a alemã Clara Zetkin propôs, em reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação de uma jornada de manifestações», diz a BBC, «a proposta de Zetkin, de acordo com os registos da época, era de uma jornada anual de manifestações das mulheres pela igualdade de direitos, sem exatamente determinar uma data».
O primeiro dia oficial da mulher foi celebrado a 19 de março de 1911. A 25 de março um incêndio atinge a fábrica da Triangle Shirtwaist, em Nova Iorque, trazendo para a vista de todos as perigosas condições de trabalho a que as operárias eram submetidas nas fábricas. Na tragédia perderam a vida 125 mulheres e 21 homens, na maioria imigrantes italianos e judeus. Este foi o espoletar de muitas ações que defendiam os direitos das mulheres.
A verdade é que a data celebra-se a 8 de março, e também aí podemos encontrar uma explicação. No dia 23 de fevereiro do antigo calendário russo, 8 de março no calendário gregoriano (adoptado em 1918 pela Rússia), 90 mil trabalhadoras saíram para a rua para se manifestar contra o Czar Nicolau II e protestar contra as más condições de trabalho, a fome, a baixa qualidade de vida da população em geral e participação russa na Primeira Guerra Mundial. Depois da revolução bolchevique, a data foi oficializada entre os soviéticos como celebração da “mulher heroica e trabalhadora”.
A oficialização da data aconteceu algumas décadas mais tarde, mais precisamente em dezembro de 1975, através de uma resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.