Durante uma audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, admitiu que o Executivo está a analisar o tema e que novas medidas estão sendo consideradas para tornar os certificados mais atrativos, revela a Executive Digest.
Especialistas consultados pelo ‘Negócios’ sugerem que o Estado deve evitar riscos desnecessários e não competir com os depósitos a prazo dos bancos. Em vez disso, defendem que a emissão de dívida a longo prazo, como os certificados do Tesouro, seria mais apropriada, é referido.
A procura por certificados de aforro cresceu no passado devido à subida das taxas de referência na Zona Euro, levando o Governo a rever as regras e lançar a série F, com um limite máximo de 50 mil euros por conta e uma taxa-base atrelada à Euribor a três meses, com um teto de 2,5%. Os certificados do Tesouro, ao contrário, têm mostrado um decréscimo constante desde novembro de 2021, avança a noticia.
João Moreira Rato, presidente do Instituto Português de Corporate Governance e ex-líder do IGCP sugere que o Governo utilize este instrumento, com maturidade e taxas fixas, para reduzir riscos. João Queiroz, chefe de negociação do Banco Carregosa, concorda e destaca a maior procura por dívida portuguesa no mercado obrigacionista de longo prazo, tornando desnecessário pagar prémios de permanência nos certificados de aforro, é referido.
Luís Mateus, da Golden Wealth Management, também considera que o momento atual não justifica o financiamento de curto prazo pelos certificados de aforro. Em caso de necessidade, ele recomenda recorrer aos certificados do Tesouro, confiando que instituições públicas poderiam absorver estas necessidades, conclui a noticia da Executive Digest.