A paixão de Saussure pela cor do céu começou quando, aos 20 anos, visitou a base do Mont Blanc, a montanha mais alta dos Alpes. Saussure tinha o espírito curioso de um cientista. Quando finalmente escalou o Mont Blanc, em 1787, levou consigo pedaços de papel colorido para comparar com a cor do céu. Essa experiência inspiradora resultou na criação do cianómetro, uma engenhosa ferramenta que trazia 53 tons de azul, indo do branco ao preto.
Saussure acreditava que a cor do céu estava diretamente ligada com a humidade da atmosfera. Para ele, cada tom de azul era como um segredo da natureza à espera de ser decifrado.
Com o cianómetro, Saussure explorou montanhas, vales e o próprio céu, registando o grau de azul em diferentes altitudes. No topo do Mont Blanc, ele mediu um “azul do 39º grau”.
Mas não foi só Saussure que usou o cianómetro.
Alexander von Humboldt, um famoso geógrafo, levou a invenção consigo em expedições pelo Atlântico, Caribe e América do Sul. No Chimborazo, nos Andes, Humboldt estabeleceu o recorde do céu mais azul já registrado: o 46º grau.
A verdadeira explicação para o azul do céu surgiu apenas anos depois, com a descoberta da dispersão da luz.