No dia 30 de Setembro, o Museu do Oriente recebe o grupo Sete Lágrimas para um encontro melódico de sons que ligam Lisboa a Tanegashima. Sob o mote “Em Tons de Flores de Cerejeira”, o grupo especialista em criar diálogos de música erudita e popular, sobe ao palco do auditório com um concerto que promete transportar o público entre o ocidente e o oriente.
No ano de 1543, os exploradores portugueses que partiram de Lisboa rumaram à ilha de Tanegashima, no Japão, e encontraram um outro mundo, um Oriente pintado com as cores das sakura, as flores de cerejeira. Num encontro etnográfico que viria a marcar o ADN colectivo dos dois países, assistiram-se a trocas tecnológicas, culturais e intelectuais que agitaram a estética na Europa, enquanto permeabilizaram a arte e a música japonesa, permitindo a criação de um diálogo entre a graça europeia e a tranquilidade poética das impactantes sakura japonesas.
Num concerto dedicado ao intercâmbio cultural, o grupo Sete Lágrimas, fundado em 1999 por Filipe Faria e Sérgio Peixoto, apresenta música Música Antiga e música tradicional, exaltando a secular diáspora portuguesa e as marcas culturais deixadas na passagem pelo País do Sol Nascente.
Filipe Faria (voz e percussão) e Sérgio Peixoto (voz) sobem ao palco do auditório do Museu do Oriente acompanhados por Denys Stetsenko, (violino barroco) e Tiago Matias (vihuela) para apresentar obras da renascença e da tradição portuguesa e japonesa.
Ao longo de 480 anos e apesar das diferenças culturais, o respeito mútuo e a curiosidade facilitaram uma coexistência harmoniosa entre Portugal e o Japão. Um encontro histórico que sublinha o poder da exploração e a adaptabilidade, moldando sociedades de maneiras profundas e imprevisíveis, representando um testemunho do potencial da humanidade para transcender fronteiras, fomentar o crescimento, a compreensão e a união.