A Síndrome de Sjögren (SS) é uma doença crónica sistémica, que afeta cerca de 3 em 1000 portugueses. Envolve maioritariamente as mulheres, e pode surgir em qualquer idade, embora a maioria dos casos se iniciem entre os 40 e os 60 anos.
A doença caracteriza-se pela inflamação das glândulas salivares e lacrimais, das glândulas da mucosa nasal, do aparelho respiratório, da vagina e da pele. A lesão e perda de função destas estruturas origina as queixas de secura típicas da doença. Cerca de metade dos doentes apresentam inflamação sistémica de gravidade variável, que se pode manifestar por artrite, lesões cutâneas, inflamação pulmonar, neurológica, renal ou vasculite.
Na Reumatologia pretende-se esclarecer o diagnóstico, estabelecer um plano terapêutico multidisciplinar, melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações da doença. A distinção entre uma síndrome seca de origem autoimune (Síndrome de Sjögren) ou não-autoimune (complexo Sicca) é o primeiro passo na abordagem de doentes com queixas de secura.
O diagnóstico estabelece-se através da avaliação das manifestações clínicas, das alterações laboratoriais e de outros meios de diagnóstico.
“É fundamental identificar as pessoas com doença grave ou em progressão, para que a intervenção precoce possa reduzir o risco de complicações da doença. Por outro lado, os doentes que apresentam formas ligeiras da doença necessitam de ser tranquilizados e orientados para os cuidados necessários.”, afirma Filipe Barcelos, reumatologista.
A Oftalmologia e a Medicina Oral complementam a Reumatologia na avaliação e terapêutica desta doença.