A DECO PROTESTE, organização de defesa do consumidor, registou 43.908 mil reclamações de janeiro a fim de junho de 2023. Bens de consumo, comunicações eletrónicas e serviços financeiros ocupam os primeiros lugares dos piores resultados. Nesta primeira análise do ano foram contabilizados todos os contactos feitos por email (31.460) e via plataforma RECLAMAR (12. 448).
A maioria das reclamações (11.700, cerca de 25% do total) diz respeito a situações relacionadas com o imobiliário (condomínio e arrendamento), fiscalidade ou a Segurança Social.
Também os bens de consumo reúnem um elevado número de queixas, registando 8.112 casos. Este setor, com um peso de 18% no seu total, apresenta como reclamações principais, questões relacionadas com artigos defeituosos, atrasos na entrega e problemas do exercício do direito ao arrependimento – algumas das empresas mais referidas foram a Worten, a PT Eletrónica e a FNAC, com 770, 485 e 199 casos, respetivamente.
Sem grandes surpresas, o setor das telecomunicações aparece no TOP 3, com maior número de reclamações. NOS, MEO e Vodafone, entre outros operadores de telecomunicações, totalizaram 5.850 queixas reportadas à DECO PROTESTE. Problemas e falta de transparência na faturação, velocidade da internet e dificuldades sentidas ao querer alterar o operador são as queixas mais apontadas pelos consumidores.
Viajar é uma das atividades preferidas pelos portugueses, que ainda o conseguem fazer. As reclamações recebidas, sobre o setor da aviação, mantêm-se as mesmas, ano após ano: atrasos nos voos, cancelamentos de última hora e perda ou extravio de bagagens. A TAP lidera o número de ocorrências, com 871 casos, seguida da Easyjet com 121 ocorrências e a Ryanair com 101, num total de 1.401 queixas apresentadas.
No que respeita os serviços financeiros, que ocupa o 4º lugar nos setores mais reclamados (4.088 contactos) é sobre as dificuldades sentidas na escolha e mudança de crédito, dos valores cobrado em comissões (que agora terminam) e na regularização de sinistros, que os consumidores portugueses mais se queixam. Santander (107 casos), BPI (123 casos ) e Novo Banco (91casos) são as entidades mais referenciadas.
Com um peso relevante no total das reclamações apresentadas (3547 casos, 8% do total), aparece o setor das Obras e Serviços. E ainda que o tecido empresarial nesta área seja composto por inúmeras pequenas empresas e ENIS, as queixas são quase sempre as mesmas: atrasos, falta de qualidade na prestação do serviço, e muito pouca transparência nos valores praticados.
A plataforma RECLAMAR permite que os consumidores possam denunciar o que correu menos bem, e pedir ajudar na resolução de situações de conflito com vendedores, distribuidores, prestadores de serviços, entidades públicas e privadas, entre outros.