“Durante o período em análise, foram registadas 123.391 doses de vacinas contra a covid-19 inutilizadas, 8.592 em contexto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e 114.799 em contexto de farmácias comunitárias, verificando-se uma proporção de inutilização total para covid-19 de 5,83%”, refere o documento sobre a campanha de vacinação do outono e inverno de 2023-2024.
Quanto à vacina contra a gripe, 2.628 doses foram inutilizadas (0,11%), das quais 362 nas unidades do SNS e 2.266 nas farmácias comunitárias, adianta a DGS, que explica que as vacinas podem ser inutilizadas por diversas razões, como a quebra acidental na manipulação, problemas na rede de frio e prazo de validade expirado.
O relatório considera também “natural e esperado” a maior proporção de inutilização de vacinas para a covid-19, uma vez que o mesmo frasco contém várias doses, ao contrário da vacina da gripe, disponibilizada com uma formulação de unidose.
“Era igualmente expectável uma maior proporção de inutilização nas farmácias por menor experiência na gestão do processo de vacinação”, reconhece ainda o documento.
De acordo com os dados agora divulgados, foram administradas na última campanha sazonal mais de 1,9 milhões de vacinas contra a covid-19, das quais 1,3 milhões nas farmácias e cerca de 616 mil nas unidades do SNS.
Na comparação com a campanha de 2022-2023, verificou-se uma “redução generalizada da cobertura da vacinação” contra a covid-19, que ficou abaixo em todos os grupos etários.
Na faixa etária dos 60 aos 64 anos, a cobertura vacinal ficou-se pelos 40%, quando tinha sido de 60% na anterior campanha de 2022-2023, enquanto no grupo de pessoas entre os 65 e 69 anos baixou dos 71% para os 51%.
Nos mais idosos, com 80 ou mais anos, a diferença entre as campanhas foi menor, com uma redução de 77% para 66% de cobertura vacinal contra a covid-19.
Relativamente à gripe, com quase 2,5 milhões de doses administradas, a cobertura foi semelhante nas duas últimas campanhas sazonais, sendo superior a 70% nos vários grupos etários a partir dos 65 anos e atingindo os 79% nos idosos com mais de 80 anos.
Depois dos centros de vacinação durante a pandemia, a internalização do processo de vacinação sazonal nas unidades de saúde do SNS, juntamente com o acesso através da rede de farmácias, que administraram cerca de 70% das vacinas, demonstrou ser uma “estratégia eficiente para manter a cobertura vacinal elevada”, salienta a DGS.
“Este modelo híbrido de administração vacinal permite uma maior flexibilidade e conveniência para os utentes, resultando numa distribuição mais ampla e acessível das vacinas”, considera o relatório.
Para as próximas campanhas sazonais, é “desejável manter a colaboração” entre o SNS e as farmácias, melhorar as estratégias de comunicação para combater a hesitação vacinal e assegurar uma “logística robusta” para a distribuição rápida e eficiente das vacinas, aconselha o relatório.
Durante a última campanha nunca se verificou rutura de stock das vacinas contra as duas doenças.
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