De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), a evidência científica sugere que a vacinação apresenta benefício na prevenção de doença grave, hospitalização e morte causadas pela infeção pelo SARS-CoV-2, sobretudo nos grupos populacionais mais vulneráveis.
Assim, a vacinação contra a Covid-19 surge como uma resposta central e de reforço, a par das respostas já existentes, que visa prevenir o surgimento de doença grave e das suas consequências, reduzindo a pressão exercida sobre o sistema de saúde, refere a DecoProteste.
É seguro tomar a vacina contra a Covid-19
Enquanto organismo de saúde pública que regula os medicamentos na União Europeia, a EMA apenas recomenda a aprovação de vacinas para a covid-19 após uma avaliação exaustiva que demonstre elevados padrões de qualidade, segurança e eficácia exigidos para qualquer outra vacina aprovada na União Europeia. Depois de iniciado o processo de vacinação, ou seja, de administração do fármaco, os sistemas nacionais de farmacovigilância de todos os Estados-membros recolhem informações relacionadas com a segurança dos medicamentos e enviam-nas para o sistema de vigilância europeu (eudravigilance). A informação é recolhida por notificação espontânea de reações adversas medicamentosas (RAM), por estudos e pela OMS, ou noutras agências medicamentosas como a FDA (agência norte-americana). A EMA avalia continuamente a segurança das vacinas autorizadas, ou seja, a segurança das vacinas, como a dos demais medicamentos, é um processo dinâmico e contínuo.
Todas as vacinas contra a Covid-19 que venham a ser aprovadas pela EMA serão seguras e eficazes. Tal não significa que não possam verificar-se reações adversas mais ou menos graves.
Os resultados obtidos nos ensaios clínicos e toda a informação sobre cada vacina são públicos e podem ser consultados no resumo das características do medicamento (RCM) das vacinas contra a Covid-19 no site do Infarmed.
Após a autorização condicional para a disponibilização da vacina, os fabricantes comprometem-se a realizar mais estudos e ensaios, e têm de enviar mensalmente relatórios de segurança para a EMA.
Tive Covid-19. Posso tomar a vacina?
Não existem informações suficientes para saber se, após uma infeção por Covid-19, uma pessoa está protegida contra uma nova infeção pela mesma doença (imunidade natural), nem durante quanto tempo ela se manterá. Os primeiros dados sugerem que a imunidade natural à Covid-19 pode não durar muito tempo, mas são necessários mais estudos para compreender melhor a situação.
Assim, e sabendo que não há riscos acrescidos de vacinar quem já foi previamente infetado pelo SARS–CoV-2, mantém-se a indicação de vacinar mesmo os que já foram infetados pelo vírus.
O intervalo recomendado entre vacinação e o evento mais recente (última dose de vacina contra Covid-19 ou diagnóstico de infeção por SARS-CoV-2) é de quatro a seis meses (com um intervalo mínimo de três meses).
Estou grávida. Posso ser vacinada?
As grávidas com idade igual ou superior a 16 anos devem ser vacinadas contra a Covid-19, com uma vacina de mRNA, não sendo necessária declaração médica para o efeito. Não existe idade gestacional limite para o início da vacinação. No entanto, a vacinação contra a Covid-19 na grávida deve respeitar um intervalo mínimo de 14 dias em relação à administração de outras vacinas, tais como a vacina contra a tosse convulsa (Tdpa) e a vacina contra a gripe. Não obstante, se necessário, para a vacinação atempada, poderá ser utilizado qualquer intervalo, incluindo a coadministração em relação à vacina contra a gripe e à vacina contra a tosse convulsa. De referir, também, que a amamentação não constitui uma contraindicação para a vacinação contra a Covid-19.
Crianças e adolescentes devem ser vacinados?
Em Portugal, as autoridades de saúde recomendam a vacinação primária a partir dos cinco anos. Esta recomendação resulta de um parecer emitido pela Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 a 3 de dezembro de 2021. É também recomendada a vacinação primária para as crianças dos seis meses aos quatro anos que apresentem patologias de risco tais como:
– neoplasia maligna ativa;
– tenham sido alvo de transplantação;
– imunossuprimidos;
– diabetes.
Doentes oncológicos devem adiar ou interromper tratamentos para tomar a vacina?
Apesar de ser preferível realizar a vacinação contra a Covid-19 antes do início do tratamento oncológico, nenhum tratamento deste tipo deve ser adiado por causa da vacina.
Também se estiver em curso um tratamento oncológico, o mesmo não deve ser interrompido para se avançar com a vacinação contra a Covid-19. Tal procedimento não obsta a que se respeitem as precauções e circunstâncias especiais que possam advir das normas da Direção-Geral da Saúde para as vacinas contra a Covid-19.
Que cuidados ter antes de receber a vacina da Covid-19?
Caso tenha um teste positivo à Covid-19 ou estiver com uma doença aguda grave, com ou sem febre, deve aguardar até estar completamente recuperado para ser vacinado. O objetivo é evitar a sobreposição de sintomas da doença com eventuais efeitos secundários da vacinação.
Se fizer reação anafilática prévia a medicamentos (incluindo vacinas) ou alimentos, deve tomar a vacina em meio hospitalar e por indicação do médico assistente.
Deve ainda informar o profissional de saúde responsável pela administração da vacina, caso tenha:
– imunodeficiência ou realize terapêutica imunossupressora (incluindo quimioterapia);
– doenças de coagulação, alteração das plaquetas ou faça terapêutica com anticoagulantes.