De acordo com a mesma fonte, as instalações, a higiene e os cuidados dos profissionais foram os fatores com melhor avaliação.
Entre as principais queixas habitualmente denunciadas, relatadas na página de internet da própria associação, está a falta de higiene.
“Uma das queixas mais frequentes dos familiares em relação a lares de idosos parece assentar na falta de cuidados de higiene”, lê-se na página da plataforma, que apresenta informação sobre os canais em que podem ser apresentadas denúncias de maus tratos ou outras queixas relacionadas com o apoio aos utentes.
Na avaliação agora divulgada, os cuidados de saúde são “o ponto de preocupação mais significativo”, com relatos de negligência e maus-tratos. Também a alimentação é “um ponto de apreensão”, com testemunhos de lares que oferecem refeições de baixa qualidade nutricional e com pouca variedade.
“Relativamente às instalações, há uma disparidade: enquanto vários inquiridos referem os locais como modernos, bem cuidados, agradáveis e seguros, há outros que alertam para a antiguidade das instalações e a falta de manutenção”, admite a plataforma.
Os resultados agora apresentados têm por base as opiniões de portugueses que deixaram, em 2023, o seu contributo no ‘site’ avaliarlares.pt, lançado pela Lares Online, há um ano.
“60% dos inquiridos avaliam de forma positiva o lar com o qual têm uma relação direta e indicam as melhorias que devem ser implementadas no setor dos lares em Portugal, para que este se torne, cada vez mais, de qualidade”, lê-se no comunicado enviado à comunicação social.
Mais de um quarto das avaliações (26%) são negativas.
Numa escala de 1 a 5, quando questionados sobre as condições das instalações dos lares, os inquiridos deram uma nota de 3,73 sobre o cuidado dos profissionais, a nota foi de 3,72.
A higiene das instalações recebeu uma nota de 3,63. A comida dos lares foi avaliada com 3,53 e, por último, com 3,52, surgem os cuidados de saúde prestados pelo lar.
Para o desenvolvimento deste Índice, foram questionados quatro grupos com diferentes relações com os lares avaliados, indicou a plataforma.
“Os colaboradores dos lares tendem a ser mais críticos em todos os indicadores em análise, em especial relativamente ao cuidado dos profissionais e à qualidade da comida. Já os residentes são os que têm uma perspetiva mais neutra.
Sobre aqueles com uma visão mais positiva sobre os parâmetros analisados, são os familiares dos residentes, que destacam, de forma geral, enquanto indicador mais positivo, as condições das instalações e o cuidado dos profissionais – realidade que contrasta diretamente com a perceção dos colaboradores”, destaca-se no documento.
“Esta discrepância de perceções mostra claramente que os colaboradores, por estarem diretamente envolvidos nas operações diárias dos lares, e conhecerem os desafios em cuidar de idosos, são mais exigentes, e têm uma visão menos otimista”, acrescenta.
Os residentes “têm uma visão mais equilibrada, mas este tópico levanta alguma complexidade – enquanto alguns idosos podem achar que estão a ser bem cuidados, outros podem apenas acreditar que o tratamento que estão a receber é justo, que merecem ‘apenas’ determinado cuidado. Este é um ponto que deve ser explorado em futuras investigações, sem dúvida”, referiu Marina Lopes, que fundou e geriu o seu próprio lar, antes de instituir a Lares Online, citada no comunicado.
Para a responsável, a experiência geral é positiva, mas a análise qualitativa das avaliações releva uma realidade que não é perfeita, nem ideal. “Isto indica-nos que é urgente reforçar as fiscalizações, garantindo o bem-estar dos idosos e um envelhecimento de qualidade e feliz”, concluiu.
A plataforma informou ainda que avisa mensalmente a Segurança Social sobre casos críticos e que em 34 lares que sinalizou como de risco, três receberam ordem de encerramento.
Para a realização deste índice, foram recolhidas 423 apreciações e avaliados 341 lares.
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Lusa/fim