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Cultura na primeira pessoa: Margarida Montenÿ, vencedora do Prémio Jovens Artistas Coliseu Porto Ageas – Artes Circenses

Entrevista com a acrobata e performer Margarida Montenÿ, vencedora da terceira edição do Prémio Jovens Artistas Coliseu Porto Ageas – Artes Circenses.

Natural de Faro, Margarida Montenÿ fez a sua formação na Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espetáculo – Chapitô. Enquanto intérprete, tem colaborado com artistas e companhias de diferentes áreas, destacando-se o Ballet Contemporâneo do Norte, Orquestra Filarmónica Portuguesa, Miguel Pereira, Companhia Erva Daninha, Circo Caótico, Vanda R Rodrigues/Antípoda, entre outros.

Procura uma abordagem transdisciplinar na sua pesquisa e prática coreográfica, e as suas criações caracterizam-se por modelos e dispositivos de questionamento do espaço e interação passiva da audiência para com as performances, trabalhando sobre estados de intimidade, força e vulnerabilidade. Cria em 2023 “BLUE”, uma coprodução Mostra Estufa – Teatro Municipal do Porto e Companhia Erva Daninha, e em 2022 “Simulacro” em parceria com Carminda Soares, uma coprodução Instável – Centro Coreográfico / Teatro Municipal do Porto e Teatro das Figuras. «A abordagem transdisciplinar na investigação do movimento e da linguagem caracterizam o meu percurso, defendo uma visão ampla do que pode ser o circo», refere em entrevista à Forever Young.

Como surgiu o teu interesse pela dança e pela coreografia?
O meu interesse pelo movimento e pela parte coreográfica surge, na verdade, enquanto espectadora. Sou uma espectadora ‘reincidente’ em espetáculos e performances de dança, sendo profundamente fascinada pela capacidade de expressão e comunicação física que a dança proporciona ao corpo. Desperta-me uma enorme curiosidade tentar compreender como as coisas são pensadas, encadeadas ou desenhadas. Penso que, por ser também uma área em que o corpo é objeto central da performance, o que mais me atrai é tentar descodificar a relação do corpo com a própria criação: como o corpo se torna veículo de expressão e quais os rituais que o sustentam.

E como chegaste à acrobacia?
A minha chegada à acrobacia aérea foi, de certa forma, um passo natural dentro do meu interesse pelo movimento e pela exploração do corpo dentro do circo. Durante o meu percurso na Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espetáculo, encontrei na acrobacia aérea uma possibilidade de explorar os meus limites físicos, disciplina que exigia força, técnica, e controlo, mas também uma entrega ao risco e uma confiança enorme no meu próprio corpo. Penso que o que mais me atraiu foi a sua precisão, ou o equilíbrio ténue entre o controlo e o abandono.

O circo: que papel representa ele na tua vida?
O circo é, obviamente, o meu trabalho. Mas é também a lente por onde observo o que me rodeia, através do conceito daquilo que ele é: risco, confiança, relação e vulnerabilidade.

De que forma caraterizas as tuas criações?
Tento pensar nas minhas criações como experiências imersivas ou, pelo menos, tentativas disso. Interessa-me trabalhar em dispositivos que conectem o público à performance, promovendo uma aproximação e colocando-o dentro do dispositivo cénico. O meu foco recai sobre temas como resistência, força, vulnerabilidade e sensibilidade, procurando que as minhas criações transmitam autenticidade e conexão. Além disso, tanto BLUE como Simulacro surgem através de uma lente feminina e feminista, uma perspectiva da qual não me consigo separar e que está profundamente presente na minha vida, e portanto, no meu trabalho.

Onde vais buscar inspiração?
É difícil encontrar uma resposta direta a essa pergunta sem que ela se torne demasiado abrangente. A verdade é que poderia responder que à medida que vamos vivendo, lendo, observando e conversando com pessoas vão aparecendo novas ideias e possibilidades. A verdade é que construo, muitas vezes, sobre as minhas vivências pessoais ou questões identitárias que pensava que precisava mastigar ou remoer. Tento perceber o que me é importante representar ou em que é que não me sinto representada dentro de outras propostas do circuito. No entanto, para mim, uma parte importante deste processo é também a experiência estética. Por isso, sou muitas vezes influenciada por cores, formas, texturas e por obras de artistas de artes plásticas, moda ou instalação — áreas com as quais não tenho uma ligação direta ou compreensão profunda, mas que influenciam o meu trabalho.

Quais são as tuas maiores referências neste universo? Tanto nacionais como estrangeiras?
Phia Menárd, Chloé Moglia e Mélissa Von Vépy são os três nomes que não posso deixar de mencionar enquanto referências. Além delas, há espetáculos que me marcaram profundamente, como o Le Vide de Fragan Gehlker e L’Absolu de Les Choses de Rien, que acredito irão viver na minha cabeça por mais alguns anos, ou coisas do Johann Le Guillerm ou dos Ici’Bas.
Quanto às referências portuguesas no circo, há algumas que me parecem incontornáveis. O Anda, Diana da Diana Niepce, Savar AM da Companhia Erva Daninha, HANNO de Rui Paixão e da Rina, e HOSE do Daniel Seabra são peças que marcam, na minha opinião, o meu imaginário, bem como o panorama do circo português dos últimos anos.

Como foi participar neste concurso? O que te motivou a concorrer?
Na verdade, este não foi um concurso ao qual me candidatei. Fui nomeada pelo júri, e todo o processo ocorreu sem o meu conhecimento até ao momento em que recebi uma chamada a informar que tinha sido selecionada para receber o prémio.

Estavas à espera de ganhar ou foi uma total surpresa?
Foi uma surpresa total para mim, especialmente por não saber como chegaram até ao meu trabalho. Pelo que conheço do júri, acredito que uma ou, no máximo, duas pessoas integrantes do júri possam ter assistido a algum dos meus projetos ao vivo. Por isso, não estava, de forma alguma, à espera de ser selecionada para receber o prémio. Além disso, tenho plena consciência de que há muitos jovens artistas nas artes circenses, incluindo amigos e colegas, que também o mereciam.

Quais os teus maiores desejos para o ano que vai entrar?
Continuar a circular os meus projetos – o BLUE e o Simulacro continuarão a ser apresentados ao longo do próximo ano. Ao mesmo tempo, estarei em processo criativo de um novo projeto, que estreará em Dezembro em Ílhavo e Pombal, com o apoio da Outdoor Arts Portugal, um projeto em volta dos padrões métricos dos sons dos sinos das igrejas portuguesas, abordando temas como identidade, memória, tradição e patrimônio.

De que modo classificas a tua experiência neste concurso Prémio Jovens Artistas Coliseu Porto Ageas?
A experiência não poderia ser mais positiva, é uma honra receber este prémio. Este reconhecimento é, sem dúvida, o reflexo de um esforço coletivo, só possível graças a todos aqueles que, ao longo dos anos, se dedicaram e trabalharam para a afirmação do circo em Portugal – uma arte que pulsa e que se reinventa continuamente. É, obviamente, também um reconhecimento do trabalho que tenho vindo a fazer e a desenvolver. Fico muito feliz com este reconhecimento por parte do Coliseu do Porto Ageas. Espero que este prémio seja também uma oportunidade para que os teatros, salas e espaços culturais possam olhar para o circo com mais abertura, permitindo-lhe continuar a reinventar-se e a desafiar as fronteiras de como o conhecemos.

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