Quando Jorge Mario Bergoglio foi eleito 266.º Sumo Pontífice da Igreja Católica, muitos vaticanistas ficaram incrédulos. Este Papa latino-americano, jesuíta e reformista representava uma Igreja diferente da europeia, pelo que parecia impensável que o Colégio Cardinalício, maioritariamente composto por conservadores nomeados por João Paulo II e Bento XVI, tomasse uma decisão tão disruptiva. E, no entanto, foi exatamente o que aconteceu.
É a partir deste momento de rutura que o jornalista Eric Frattini parte para a sua nova obra Conclave – A Igreja depois de Francisco, onde investiga minuciosamente os jogos de poder que se têm travado longe dos olhares do mundo. O livro mostra como, por detrás das vestes sagradas e das cerimónias solenes, se trava uma batalha feroz entre duas visões antagónicas da Igreja: os «extrovertidos», alinhados com o espírito reformador de Francisco, e os «introvertidos», defensores de uma estrutura eclesial tradicional e hierárquica.
Neste seu novo livro, Frattini desvenda o inquietante conflito interno que moldou as decisões mais delicadas da Santa Sé – desde a reforma da Cúria e o combate à corrupção no Vaticano, até à luta contra os abusos sexuais dentro da Igreja. Conhecido por títulos como Os Espiões do Papa e Os Abutres do Vaticano, no qual previu a renúncia de Bento XVI, o autor não se limita a narrar o passado recente. Em Conclave aponta também para o futuro, analisando o perfil do novo pontífice, Leão XIV, e levantando o véu sobre as possíveis orientações do seu papado.
Conclave – A Igreja Depois de Francisco chega às livrarias a 26 de junho.