O e-commerce já se enraizou enquanto hábito de consumo em Portugal, depois do forte impulso dado pela pandemia. A percentagem de portugueses que já fez compras online corresponde, de resto, a uma confortável percentagem da população. Segundo um estudo da Autoridade Nacional das Comunicações (ANACOM), 44% da população com 16 a 74 anos efetuou compras pela Internet em 2023.
Esta tendência crescente deve-se a uma série de fatores, como a facilidade das compras com um clique, a possibilidade de o fazer no conforto de casa sem ter de esperar em longas filas e a integração da tecnologia na nossa vida quotidiana. Esta última permite que os consumidores acedam facilmente a uma vasta gama de produtos a partir dos seus smartphones, dando-lhes a flexibilidade de fazer compras rapidamente a partir de qualquer lugar e em qualquer altura.
No entanto, esta evolução não foi isenta de desafios, nomeadamente em termos de cibersegurança e proteção de dados, segundo a Kaspersky. Por conseguinte, por ocasião do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, que se celebra a 15 de março, é importante considerar a segurança das compras online. A este respeito, a confiança mútua entre os utilizadores e as plataformas ou lojas desempenha um papel fundamental. Os utilizadores devem tomar medidas de proteção, como a utilização de passwords fortes e prestar atenção a possíveis sinais de fraude para evitar cair em esquemas como o roubo de identidade ou o phishing.
No entanto, a responsabilidade de garantir a proteção dos dados pessoais dos consumidores não deve ser apenas dos consumidores, mas também das plataformas online ou lojas online às quais fornecemos dados pessoais e financeiros sensíveis. Assim, para promover uma experiência de compras online segura e protegida, a Kaspersky oferece algumas dicas importantes tanto para utilizadores como para empresas:
1. Para os utilizadores:
· Verificar o certificado SSL (indicador de que um website é seguro para efetuar compras). Antes de introduzir qualquer informação pessoal num site, certifique-se de que este possui um certificado deste tipo. Procure o ícone do cadeado na barra de endereço do seu browser
ou verifique se o URL começa com “https://” em vez de “http://”. Além disso, também é importante verificar se a loja ou plataforma tem uma política de privacidade clara que explique como os seus dados pessoais serão tratados.
· Evitar ofertas demasiado apelativas. Se um website parece estar a vender roupas de marca, joias ou produtos eletrónicos por um preço significativamente inferior ao preço de retalho habitual, deve considerar que é demasiado bom para ser verdade. Pode acabar por pagar por réplicas ou produtos contrafeitos.
· Procurar uma morada ou número de telefone. Os websites legítimos fornecem geralmente informações de contacto, tais como um endereço físico e um número de telefone. O utilizador deve verificar estas informações para confirmar a autenticidade do site.
· Verificar se há erros ortográficos e gramaticais. Normalmente, as marcas certificam-se de que o texto e as imagens dos seus websites são de boa qualidade. Se um site estiver mal escrito e tiver muitos erros ortográficos ou gramaticais, pode ser um sinal de que não é verdadeiro. Outros sinais de aviso podem incluir imagens de má qualidade, ausência de política de devolução e a impossibilidade de deixar comentários.
· Escrever a URL diretamente na barra de endereços. Os burlões de phishing tentam levar os utilizadores a clicar em ligações maliciosas em e-mails ou resultados de pesquisa. Isto leva a sites falsos onde os utilizadores podem revelar informações sensíveis aos cibercriminosos. Por conseguinte, é muito mais seguro escrever o URL na barra de endereços do browser.
· Evitar usar redes públicas. É importante utilizar uma VPN (rede privada virtual) para encriptar os dados quando utiliza redes Wi-Fi públicas para aumentar a segurança das suas transações online.
2. Para as plataformas e lojas online:
· Implementar medidas de segurança robustas. É essencial que as lojas online invistam em tecnologia de segurança informática de ponta. Isto inclui a adoção de firewalls, sistemas de deteção de intrusão e encriptação de dados. Estas medidas protegem os dados sensíveis dos utilizadores contra potenciais ameaças.
· Garantir a transparência. Uma política transparente em matéria de privacidade dos dados é crucial para criar confiança junto dos clientes. As lojas eletrónicas devem fornecer informações claras e acessíveis sobre as suas políticas de privacidade, os dados que recolhem, como os utilizam e com quem os partilham.
· Oferecer métodos de pagamento seguros. As transações financeiras seguras são fundamentais para uma experiência de compras online sem preocupações. Os retalhistas online devem implementar métodos de pagamento fiáveis que minimizem o risco de fraude e de roubo de informações financeiras. Para tal, é fundamental a adoção de gateways de pagamento seguros e o cumprimento de normas de segurança como o PCI DSS – normas de segurança que incluem requisitos de gestão de segurança, políticas, procedimentos, arquitetura de rede, conceção de software e outras salvaguardas essenciais.
· Colaborar com as autoridades. A colaboração com as autoridades e os reguladores é essencial na luta contra a cibercriminalidade e na proteção dos dados dos consumidores. As lojas online devem participar ativamente em iniciativas de combate à fraude eletrónica, partilhar informações relevantes com as autoridades competentes e cumprir a regulamentação existente em matéria de proteção de dados.
