O consumo de tabaco não afeta apenas os seus pulmões, também tem um impacto significativo na saúde oral. De acordo com a Ordem dos Médicos Dentistas, é o principal fator de risco para o desenvolvimento de cancro oral.
No âmbito do Dia Mundial sem tabaco, celebrado hoje, dia 31 de maio, a Clínica Médis, rede declínicas dentárias marca do Grupo Ageas Portugal, pretende sensibilizar para o impacto do tabaco na saúde oral.
Fumadores em Portugal
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de fumadores na população adulta em Portugal, situa-se entre os 20% e os 25%, o que equivale a quase um quarto da população. Além disso, estima-se que a percentagem de mortes causadas pelo tabaco esteja entre 10% a
12% do total de óbitos registados no país.
Por muito boa que seja a sua higiene oral, dificilmente impede as consequências do tabaco, por isso é necessário ter cuidados redobrados. A boca é a principal porta de entrada do fumo no organismo e, por isso, é um dos locais onde os efeitos nocivos do tabaco se manifestam de forma mais visível. E é também a boca, ou melhor dizendo, o sorriso, que é um cartão de visita de cada Pessoa. Nesse sentido, um fumador deve fazer check-ups regulares para monitorizar a sua saúde oral.
Quais os efeitos do tabaco na saúde oral?
Mau hálito: uma das consequências mais comuns e imediatas do tabaco na saúde oral é o facto de causar mau hálito, que muitas pessoas têm e nem associam que possa ser pelo facto de serem fumadores. Além do odor desagradável, o fumo também provoca secura e irritação
da mucosa oral e das vias respiratórias.
Pigmentação dentária: mais conhecida por “manchas nos dentes”, é muito comum nos fumadores, pois o esmalte pode tornar-se mais amarelado e escurecido. Os responsáveis são a nicotina e o alcatrão, substâncias que se depositam na superfície dentária.
Doença periodontal: o tabaco pode dificultar o combate às bactérias que causam as doenças periodontais, devido à sua interferência no sistema imunológico. Assim sendo, a circulação sanguínea na boca e a cicatrização das gengivas torna-se reduzida, podendo expor as raízes
dos dentes e levar mesmo à sua perda.
Alterações na cicatrização e redução da taxa de sucesso de tratamentos: a cicatrização dos fumadores após cirurgia oral é mais lenta e retardada. Além disso, por exemplo, a formação de coágulo após a extração de um dente é quatro vezes mais frequente nos
fumadores do que nos não fumadores.
Maior propensão para cáries: é também na população fumadora que se verifica um maior número de cáries nas raízes dos dentes, uma vez que o tabaco provoca a perda do suporte do dente e expõe a sua raiz.
Cancro oral: em casos mais intensos, existe mesmo o risco de se desenvolver cancro oral. Este tipo de cancro, o sexto mais frequente em todo o mundo, apresenta uma baixa taxa de sobrevivência, que ronda os 40% nos doentes afetados.
Como evitar estes efeitos nocivos?
Deixar de fumar é a solução mais eficaz para reduzir os riscos associados ao tema, evitando doenças graves. Não sendo possível, a curto prazo, alcançar esse objetivo, é importante adotar outras medidas para tentar evitar consequências mais graves.
É de extrema importância que tenha uma higiene oral cuidada, escovando os dentes e a língua com maior frequência, uma vez que ajuda na eliminação de resíduos. Isto porque, o fumo e os compostos do tabaco são extremamente nocivos para os tecidos da cavidade oral.
É também fundamental que faça uma ingestão regular de alimentos ricos em antioxidantes, como frutas e legumes, de forma a reduzir os efeitos adversos e a ajudar na limpeza do organismo.
Mais importante ainda é frequentar consultas de higiene oral com regularidade. Pode aconselhar-se com o seu médico dentista, que poderá estabelecer um plano estratégico, bem como informá-lo sobre os produtos que podem ajudar a acabar com o vício. O envolvimento dos profissionais de saúde oral em programas de desabituação tabágica é cada vez mais comum e aumenta o desenvolvimento de estratégias mais abrangentes de controlo do tabagismo.