O cantor norte-americano é apenas mais uma celebridade que se descobre que sofre de doença bipolar. No programa de David Letterman, o rapper confidenciou o diagnóstico de uma condição que o deixa «a pensar que tudo é uma conspiração». Já Mariah Carey, que reconheceu também numa entrevista em 2018 que sofre do mesmo problema, admitiu que não identificou a culpa e a hiperatividade – ambos sintomas -, até ter pedido ajuda médica.
Mas estes são apenas os casos mais mediáticos da cerca de 1 por cento da população mundial que sofre desta doença. A percentagem é semelhante em ambos os sexos. Numa estimativa nacional, são cerca de 200 mil casos de doença bipolar diagnosticados em Portugal.
A doença bipolar, também conhecida como doença maníaco-depressiva, é uma doença psiquiátrica que se caracteriza por mudanças acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão e «mania», segundo informação médica divulgada na página da Saúde Cuf. Estes dois tipos de crise podem imperar na mesma pessoa, embora a sua frequência possa, também, variar.
Compete ao médico psiquiatra proceder à avaliação destes casos e confirmar, ou não, o diagnóstico de uma condição de saúde mental grave, onde as pessoas experienciam episódios de hiperatividade e depressão.
As causas desta doença ainda não estão completamente observadas, mas parecem existir fatores genéticos e biológicos com um papel preponderante para o princípio das crises. Isto porque a doença bipolar não é muito fácil de encontrar, pois os seus sintomas podem estar isolados e as mudanças de humor serem eventos aleatórios, o que pode atrasar o seu tratamento.
Sintomas
Na doença bipolar encontram-se sintomas de mania e de depressão. O principal sintoma da mania é um estado de humor elevado e expansivo, de alguma euforia. No início da crise a pessoa pode sentir-se mais alegre, num estado que pode deixar o doente com um discurso acelerado e a ter reações desmedidas a estímulos exteriores. O ponto máximo desta crise pode ser a sua negação.
Já num estado de humor mais triste, o principal sintoma é a sua baixa autoestima, e, entre outros, os sentimentos de culpa, a dificuldade de concentração, a diminuição do desejo sexual ou as alterações do apetite, do peso e do sono. Todavia, «de um modo geral, um doente bipolar procura ajuda mais facilmente na fase depressiva do que na fase de mania».
Por vezes ocorrem crises mistas, em que na mesma crise a pessoa experiencia sintomas de depressão e de mania. As crises têm uma duração muito variável, assim como o intervalo entre ambas as fases, pois estas podem durar horas, dias ou meses.
Tratamento
Embora nenhum tratamento tenha uma cura para esta doença, os medicamentos estabilizadores do humor podem encurtar a duração das crises ou preveni-las e, assim, controlar a doença.
Após consulta médica, a prescrição de antidepressivos ou antipsicóticos podem ainda ser utilizados. Contudo, as crises mais graves podem provocar tratamento hospitalar. Em qualquer situação, o apoio psicológico individual e familiar é um complemento importante.