É mãe e trabalha? Sente que não lhe dão o devido reconhecimento e oportunidades? Não está sozinha

É precisamente o que revela este estudo.

Quase dois terços das mães trabalhadoras em Portugal afirmam que as suas promoções no trabalho foram bloqueadas, uma vez que as mães trabalhadoras têm quatro vezes mais probabilidades de não obter um aumento salarial que negociaram em comparação com os pais que trabalham.

Uma pesquisa realizada com 2.000 profissionais pela empresa de recrutamento Robert Walters descobriu que 56% das mães trabalhadoras ainda não receberam uma promoção de seu empregador atual, apesar de sentirem que a ganharam – uma diferença de 14% em comparação com os pais que trabalham.

Mais de um quarto das mães trabalhadoras (27%) disse que não sabe o seu caminho para uma promoção, 10% mais do que os seus homólogos masculinos, e 18% disseram que poderiam fazer com mais apoio da gerência para entender como conseguir uma promoção.

A pesquisa destacou a falta de apoio às mães trabalhadoras no local de trabalho, já que 36% disseram que conciliar o trabalho com compromissos pessoais é um obstáculo fundamental para o trabalho, e um quinto relatou ter sofrido discriminação ativa contra sua circunstância pessoal no escritório.

Coral Bamgboye, chefe de diversidade e inclusão da Robert Walters, disse que as mães trabalhadoras “também estão a encontrar significativamente mais dificuldade para alcançar os escalões mais altos de remuneração, que ainda parecem ser dominados por homens”.

O inquérito revelou que pouco menos de um quarto das mães trabalhadoras em funções de colarinho branco ganham mais de 49 000 euros, em comparação com 53% dos pais trabalhadores que ganham este ou mais.

Mais acima no escalão salarial, apenas 6% das mães trabalhadoras ganham mais de 87.500 euros, contra 21% dos pais trabalhadores que levam para casa este nível de remuneração.

Cerca de 19% das mães trabalhadoras solteiras relataram que não receberam um aumento salarial após a negociação, em comparação com apenas 5% dos pais solteiros que disseram o mesmo.

Apenas 10% das mães solteiras em empregos de colarinho branco dizem que podem “viver confortavelmente” com seu salário, enquanto um quarto depende de fontes de renda adicionais para sobreviver.

‘’As mães trabalhadoras sentem que estão bloqueadas quando se trata de progressão, remuneração e apoio dos empregadores – e é necessário fazer mais para resolver este problema, particularmente nesta crise do custo de vida’’, afirmou Bamgboye.

Aconselhou os empregadores a organizarem conversas mais inclusivas com figuras seniores sobre a progressão na carreira e as oportunidades de aumento salarial, bem como a oferecerem opções flexíveis de trabalho e de apoio à infância para os pais que trabalham.

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