Cientistas americanos e japoneses demonstraram experimentalmente que os cérebros humanos reagem a modificações no campo magnético da Terra. É possível afirmar que existe um sexto sentido, a magnetorecepção, que já tinha sido detectada em animais, nomeadamente abelhas, salmões, baleias e morcegos, entre outras espécies. Esta capacidade, que nos humanos será inconsciente, permite melhorar a percepção espacial, afinar a localização, ter a noção de direcção, no fundo, facilita a elaboração de um mapa mental do espaço em volta.
Investigadores da Caltech (EUA) e da Universidade de Tóquio (Japão) conceberam uma experiência que consistiu em medir as ondas cerebrais de pessoas colocadas dentro de uma câmara isolada de frequências rádio. Durante a experiência, era alterado o campo magnético em volta da câmara. Muitos dos participantes (não todos) mudaram as suas ondas cerebrais de acordo com as modificações no campo magnético, nomeadamente nas ondas alfa, que são fortes quando não há estímulos sensoriais e mais fracas quando a atenção do indivíduo é estimulada. Nesta experiência, verificou-se que em alguns participantes havia uma resposta imediata aos estímulos magnéticos.
Foi também possível perceber que os voluntários não reagiam a estímulos que os seus cérebros interpretavam como «não naturais». Se os cientistas introduziam uma variação do campo magnético impossível no hemisfério norte (onde estava a ser conduzida a experiência), as pessoas não regiam a estes estímulos que pareciam obviamente «errados». A experiência terá de ser replicada no Hemisfério Sul do planeta.
Esta foi a primeira demonstração experimental de um sentido humano que os cientistas admitiam poder existir. Os filósofos aristotélicos conheciam cinco sentidos (visão, audição, paladar, tacto e olfacto), agora os cientistas falam de outras capacidades do sistema nervoso humano, que nos permitem a noção da gravidade, da temperatura ou do equilíbrio. A sensibilidade do campo magnético é mais um sentido a adicionar a estes, chamem-lhe sexto sentido.