Intitulada “Outra maneira de fazer”, a exposição apresenta ainda 45 obras em técnica mista, indicou à agência Lusa a curadora Ana David Mendes sobre a mostra que ficará patente até 06 de abril, na Galeria de Arte Moderna da SNBA.
Com trabalhos criados entre 1990 e 2020, a exposição irá reunir “algumas telas significativas das técnicas mistas e uma mesa de trabalho com estudos preparatórios e cadernos de artista”, segundo a curadoria, que destacou a importância da apresentação de “uma obra relevante” no percurso de José Luís Tinoco, “e menos conhecida do público”.
Arquiteto, pintor, músico, compositor e poeta, José Luis Tinoco nasceu em Leiria em 1932, e cursou arquitetura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, tendo concluído a licenciatura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1952.
Como músico, durante as décadas de 1950 e 1960 atuou regularmente no Hot Clube de Portugal, e a partir da década de 1970 diversificou a sua atividade de composição, assinando música para teatro, cinema, música instrumental e vocal, integrado no movimento do jazz/rock progressivo, contribuindo para a renovação do fado e da canção portuguesa.
“É a primeira vez que estes desenhos de nus são expostos publicamente”, sublinhou Ana David Mendes, indicando que as obras percorrem todas as fases do seu percurso de investigação ao longo das três últimas décadas, e “resultam de um trabalho de experimentação” do mestre, atualmente com 91 anos.
A par da arquitetura – que viria, entretanto, a abandonar – dedicou-se também à ilustração, e a partir da década de 1980 intensificou o seu trabalho como pintor, tendo realizado a sua primeira exposição individual na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1986, onde estiveram reunidas 70 obras.
Desde então, apresentou regularmente o seu trabalho em galerias um pouco por todo o país, incluindo na SNBA, nos anos de 1989, 1990 e 2003, que o distinguiu em 2015 com o Prémio Consagração de Carreira. O Município de Leiria atribuiu-lhe a Chave da Cidade em 2022.
O seu trabalho, nas diversas vertentes visuais e musicais, foi retratado no documentário “Vida e Obra de José Luís Tinoco” (2018), realizado por Laurent Filipe para a RTP 2.
AG // MAG
Lusa/Fim