Estudo: falar sobre o salário com colegas ainda é tabu?

Provavelmente nunca partilhou o valor do seu salário com um colega de trabalho, ao contrário da geração dos seus filhos.

A maior transparência salarial é um dos temas que marca a atualidade do mundo profissional, mas isso não significa que queiramos ver o nosso vencimento publicado em haste pública para o conhecimento de todos. De acordo com um estudo norte-americano, poucos são aqueles que alguma vez partilharam o seu salário com um colega de trabalho (24 por cento dos entrevistados). No entanto, essa pode ser uma realidade em mudança num futuro breve.

Hoje em dia, a possibilidade de falar sobre as nossas próprias situações financeiras – especialmente com as pessoas que vemos regularmente no corredor do escritório -, ainda é um facto que deixa muitos de nós desconfortáveis. Isto, apesar de os empregadores estarem a sofrer uma pressão crescente para serem mais abertos e honestos quanto à remuneração.

Para o professor de recursos humanos da Universidade Loyola, em Chicago, Dow Scott, esta é uma questão que expõe «demasiado» as pessoas, pois o valor do nosso salário é uma informação «que revela muito sobre cada um, o valor do nosso trabalho e o quanto somos valorizados pela empresa».

No entanto, muitas pessoas que evitam contar aos colegas quanto recebem no final do mês, não têm problema em partilhar essa informação com os seus entes queridos. Entre os entrevistados, 68 por cento disse a um cônjuge ou parceiro com quem vive quanto dinheiro ganha e 54 por cento partilhou o seu salário com outro familiar.

Segundo Dow Scott, «os homens avaliam melhor as comunicações sobre o salário do que as mulheres», porque os homens também têm «perceções mais positivas quanto a justiça salarial e à satisfação com o vencimento». A pesquisa também mostra que quanto mais jovem, mais provável é que fale sobre o salário. Em números: 58 por cento dos millennials conversaram com um amigo sobre o dinheiro que levam para casa do trabalho, enquanto apenas 47 por cento da geração X e 33 por cento dos baby boomers disseram o mesmo.