Esta descoberta, considerada o 48.º sistema sanguíneo reconhecido mundialmente, foi oficializada em junho pela Sociedade Internacional de Transfusão Sanguínea (ISBT)
A descoberta surgiu durante exames pré‑operatórios de rotina numa mulher de 54 anos, natural da Guadalupe, que vivia em Paris. Os investigadores detetaram um anticorpo “muito invulgar” no seu sangue, mas só em 2019, com o recurso a sequenciação genética de alto rendimento, conseguiram identificar a mutação responsável .
Segundo o bioquímico Thierry Peyrard, da organização francesa de sangue (EFS), esta mulher é atualmente o único caso conhecido no mundo, compatível apenas consigo própria. Herdou este tipo raro de sangue tanto do pai como da mãe
O nome “Gwada negative” remete à origem guadalupense da paciente e também foi escolhido porque soa bem em várias línguas, uma característica valorizada pelos especialistas
Identificar novos grupos sanguíneos é fundamental para melhorar os cuidados com pessoas que têm tipos de sangue raros. A EFS sublinha os benefícios desta descoberta, nomeadamente em transfusões, transplantes e tratamentos de doenças raras
Já existem cerca de 48 sistemas sanguíneos reconhecidos formalmente, mas sabe-se que rondam os 380 marcadores sanguíneos, dos quais cerca de 250 são considerados raros . Grupos como o “Bombay” ou o “Rh absoluto” são extremamente raros, aparecendo em apenas um em cada milhão .
Os pesquisadores agora procuram outras pessoas com o mesmo tipo sanguíneo. Isso pode abrir portas a testes de genotipagem mais acessíveis e a melhores recursos para doentes com necessidades específicas