Além de postos de testagem gratuitos para a hepatite C e a distribuição de folhetos informativos sobre a doença, a campanha inclui a substituição da cor rosa do chão e dos guarda-chuvas decorativos da Rua Nova do Carvalho, no Cais do Sodré, em Lisboa, pela sua cor símbolo, o amarelo, adianta em comunicado a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), uma das organizadoras da iniciativa.
Segundo a SPG, “a meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar a Hepatite C em Portugal até 2030” é o tema da campanha, cuja organização integra também a Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF), o Grupo de Estudos Português da Coinfeção (GEPCOI) e o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT), que conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da biofarmacêutica Abbvie.
A hepatite C afeta 70 milhões de pessoas no mundo e todos os anos morrem cerca de 400.000 pessoas por cirrose e cancro do fígado devido a esta doença viral, de acordo com dados recolhidos pela SPG, que acrescenta que, “em Portugal, ainda existem cerca de 40 mil pessoas infetadas, sendo que cerca de 80% não sabem que o estão”.
Alertar a população portuguesa para os perigos desta doença e tentar quantificar o real impacto dos números da hepatite C no país são outros objetivos da campanha.
A SPG refere igualmente que o ‘site’ www.quemvecarasnaoveinfecoes.pt, lançado em 2022, continua a ser o portal onde se podem consultar os diversos pontos de testagem gratuita espalhados pelo país, bem como ter acesso a mais informações sobre a doença.
A hepatite C doença de notificação obrigatória em Portugal, é uma inflamação do fígado provocada por um vírus que se transmite por via sanguínea e que, quando passa a crónica, pode levar à cirrose, insuficiência hepática e cancro.
Não existe vacina contra a doença e a prevenção da infeção passa por evitar o contacto com sangue infetado.
Segundo a Direção-Geral da Saúde, entre 2017 e 2020, o número total de casos confirmados de hepatite C em Portugal foi de 857. A doença é mais frequente nos homens, que representaram em média 70% das pessoas infetadas em cada ano.