O aumento da esperança média de vida e a previsível redução do valor das pensões tornam imperativo prepararmos a reforma o quanto antes. Neste contexto, o Doutor Finanças, especialistas em finanças pessoais, partilha os 10 erros que devemos evitar quando planeamos a nossa reforma.
“A reforma é uma das fases da vida que precisa de maior preparação, mas também é a que temos mais tempo de preparar. Se o objetivo é garantirmos a nossa liberdade, que fazemos o que queremos, quando nos apetece, onde desejamos, o melhor dia para começar a planear é ontem”, realça Sérgio Cardoso, Chief Academic Officer (CAO) do Doutor Finanças.
Assim, se queremos ter uma reforma tranquila, temos de começar a prepará-la já, salienta o especialista em finanças pessoais, que partilha 10 erros a evitar neste processo.
Um dos erros mais comuns é subestimar o impacto da inflação. Se for considerada uma taxa de inflação média de 3%, ao longo de 25 anos, o poder de compra do consumidor reduz-se para metade. Significa que quem não tiver uma estratégia de investimento, para ver o seu dinheiro aumentar, vai efetivamente ficar mais pobre.
A esperança média de vida, que tem aumentado em cerca de um ano por década, é outro fator desvalorizado, mas que deve ser considerado no planeamento, no que diz respeito aos anos que o indivíduo ainda vai viver na condição de reformado. Pensar no dinheiro que precisamos para viver quando deixarmos de ter um rendimento de trabalho é outro aspeto que não devemos descurar.
Manter uma postura demasiado conservadora nos investimentos é outra falha comum. É importante desenhar uma estratégia de investimento a longo prazo e manter um equilíbrio entre produtos sem risco e produtos com risco, que implicam maior potencial de retorno. No entanto, é também de evitar uma estratégia demasiado agressiva, uma vez que os ativos com maiores perspetivas de crescimento também estão associados a uma maior volatilidade que pode ter como consequência perdas e necessidade de recuperação. Adicionalmente, deve-se evitar ser demasiado otimista e sobrestimar o retorno dos investimentos, ainda que os mercados apresentem historicamente retornos positivos.
Ser realista também é essencial para evitar três dos outros erros mais comuns: subavaliar os custos relativos a despesas de saúde, não considerando uma evolução das necessidades de saúde com o aumento da idade; depositar demasiada confiança nos apoios públicos, uma vez que está fora do controlo de cada um o que irá receber quando atingir a reforma; e subestimar o custo de vida durante a reforma, pois a inflação irá aumentar os preços e as despesas.
Um erro muito comum, e talvez o que tem maior impacto a longo prazo, é começarmos a poupar demasiado tarde. A reforma é um cenário distante, mas antecipá-la permite criar oportunidades. Por fim, um erro a evitar a todo o custo é o endividamento muito próximo da reforma. É essencial reduzir os encargos fixos com a aproximação desta fase da vida.
Estes são os 10 principais erros a evitar para garantirmos a nossa liberdade financeira quando chegar a idade da reforma. As previsões da Comissão Europeia apontam para que, a partir de 2050, quem se reformar vai receber menos de metade do seu rendimento no final de carreira. Neste contexto, torna-se essencial planear uma poupança ou estratégia financeira para esta fase da vida.
Saber como podemos fazer crescer o nosso dinheiro e garantirmos uma estratégia é fundamental. Para tal será necessário investir, não deixando apenas o nosso dinheiro parado no banco. Mas é preciso termos consciência dos riscos que podemos e devemos correr.
Nesta que é a Semana Mundial do Investidor, que se celebra de 2 a 10 de outubro, o Doutor Finanças vai relançar o podcast “No Final de Contas”. O primeiro episódio da nova temporada conta com uma entrevista à presidente da Euronext Lisbon, Isabel Ucha. Nesta conversa foram abordados os cuidados a ter quando investimos, os riscos associados e a importância de investir.