É perfeitamente possível cozinhar gastando o mínimo de energia possível, garante o site endesa.pt. O difícil é moderar um acordo entre os defensores do gás, que defendem que o fogo é o que dá sabor à comida, os fãs da indução, que argumentam que a higiene deve estar em primeiro lugar, e os seguidores da vitrocerâmica, que acreditam que a sua solução é a mais cómoda de todas.
A polémica está servida. Começando nos grandes chefes de cozinha, que defendem e publicitam um sistema, e terminando no cidadão comum, que apenas quer cozinhar as suas refeições.
Indução, gás ou vitrocerâmica? Cada opção tem os seus prós e contras. Por isso mesmo, o ideal é escolher uma opção tendo em conta a utilização pretendida e, sobretudo, as suas prioridades na cozinha e na vida.
Indução: limpo e rápido
Um cozinheiro por indução poderia apresentar-se como um chef express: ao dia de hoje, não existe equipamento mais rápido e moderno para confecionar os alimentos.
Ainda que à primeira vista pareça uma placa de vitrocerâmica (superfície envidraçada ou de cerâmica), a magia acontece dento do próprio equipamento. Ligamos o equipamento e a superfície não aquece. Colocamos a mão em cima da placa e não nos queimamos. A explicação: as ondas eletromagnéticas que servem para aquecer os recipientes por oposição às tradicionais resistências elétricas.
A placa de indução funciona graças à magnetização do material do recipiente. Para que este processo possa acontecer é necessário utilizar os equipamentos adequados: as panelas, tachos, caçarolas e frigideiras devem conter certos materiais magnéticos na sua composição (ferro, cobalto ou níquel). Ao serem magnetizados, os materiais são ativados e a energia gerada em forma de calor.
- Prós:
rapidez: a confeção da comida em placas de indução é duas vezes mais rápida que numa placa de vitrocerâmica normal, algo que alguns chefs valorizam.
segurança: se houver crianças em casa, a placa de indução é um descanso pois não há possibilidade de qualquer queimadura.
comida não pega: pode dizer adeus aos alimentos queimados ou colados às louças, bem como às limpezas difíceis.
eficiência: a placa de indução é mais eficiente que o gás ou a vitrocerâmica.
- Contras:
equipamento limitado: só se pode utilizar louça com materiais magnetizáveis (maioria dos metais, aço inoxidável e esmaltes). As panelas e frigideiras de alumínio, terracota, cerâmica ou cobre não são solução pois não vão aquecer.
preço: uma placa de indução custa aproximadamente o dobro do preço de uma placa de vitrocerâmica equivalente em superfície e potência.
Vitrocerâmica: simples e funcional
Um cozinheiro que opta por uma placa de vitrocerâmica é um profissional que está adaptado aos seus tempos, que não complica o processo. Não está com pressa e compreende a cozinha como uma atividade funcional e simples: apenas quer preparar comida de forma fácil.
As placas de vitrocerâmica já existem há alguns anos no mercado. Quando foram lançadas, fizeram furor entre os consumidores e inauguraram a polémica em análise: “Será que perdemos muito ao deixarmos de utilizar o fogo para cozinhar?” Se deixamos de lado o fogão a gás, deixamos também de lado o fogo. Muitos foram os chefs que desaconselharam a mudança invocando tradições milenares.
Por muito que nos custe aceitar, no final das contas é tudo uma questão de gostos. Os alimentos confecionados num fogão a gás são mais saborosos? Quem decide? O que sabemos é que a placa de vitrocerâmica oferece uma grande liberdade na cozinha: podemos utilizar qualquer tipo de loiça, é rápida, não há como registar fugas de gás e é uma opção interessante quando o tema é eficiência energética.
- Prós:
qualquer equipamento: uma das grandes vantagens das placas de vitrocerâmica em relação às placas de indução é a possibilidade de utilizar qualquer tipo de loiça.
calor residual: embora não seja tão eficiente quanto uma placa de indução, o calor residual permite que este equipamento seja mais eficiente, ajudando a poupar na energia e a respeitar o meio ambiente.
preço: quando comparadas com as placas de indução, as placas de vitrocerâmica custam cerca de metade do preço.
- Contras:
limpeza: o que cair sobre a placa vai fica queimado e exige limpeza. A comida por ficar colada ao fundo dos tacos se o calor for mal regulado e faltar água, azeite ou outro líquido. Além disso, uma placa de vitrocerâmica exige uma manutenção e limpeza periódica com produtos específicos de forma a manter-se as boas condições do equipamento.
segurança: embora possamos descartar as fugas de gás, há o risco de queimadura enquanto a placa estiver ligada e um bom tempo depois de ter sido desligada. Se há crianças em casa, o mais prudente é optar por algumas medidas de segurança.
Gás: a opção gastronómica
Não há dúvidas de que a cozinha a gás é a uma das opções que nos permite cozinhar com o fogo tal como se fez durante séculos.
A maior parte dos chefs profissionais defende que os certas texturas e sabores só são alcançados com o fogo. Isto explica o motivo pelo qual o gás continua a ser a opção eleita por grande parte dos restaurantes.
Um cozinheiro a gás é um chef, ou um aspirante a chef, que se recusa a renunciar ao fogo a favor da modernidade.
- Prós:
preferência dos profissionais: com ou sem fundamento científico, a verdade é que a maior parte dos chefs defende que o gás é a melhor forma de confecionar os alimentos, conservando sabores e texturas.
qualquer equipamento: o gás permite que se utilize qualquer tipo de loiça, embora seja necessário ser algum cuidado com certas peças, uma vez que, dependendo do material, podem sofrer queimadura e danos.
- Contras:
opção menos segura: além dos perigos associados à utilização do fogo, também é importante não esquecer a importância da revisão periódica da instalação do gás de forma a evitar fugas.
limpeza complicada: não é o equipamento mais fácil ou prático de limpar.
Qual é a melhor opção?
Agora que já tem todos os prós e contras das três opções, chegou a hora de fazer contas e escolher a opção mais interessante para o seu estilo de vida.