Partilhar

Investigadores acreditam ter descoberto aquela qu pode ser a chave para atrasar a progressão da esclerose múltipla.

Um projeto que importa conhecer

27 Julho 2023
Sandra M. Pinto

Uma equipa de investigadores liderada pela professora Adelaide Fernandes, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, vai investigar novas formas de intervenção clínica na esclerose múltipla, uma doença neurodegenerativa autoimune crónica que é a principal causa de incapacidade neurológica não traumática.

O projeto de investigação, intitulado “Manipulação do microbioma para reduzir a psicopatologia na esclerose múltipla” é o vencedor da 4.ª edição da Bolsa Nacional para Projetos de Investigação em Microbiota, atribuída pela Biocodex Microbiota Foundation, e vai ser desenvolvido ao longo de ano e meio, ao abrigo de um financiamento atribuído em prémio de 25 mil euros.

De acordo com a professora Adelaide Fernandes*, os investigadores vão “modular o microbioma intestinal de ratinhos através de transplantação fecal para avaliar a melhoria da patogénese da doença e dos sintomas psicopatológicos”. O objetivo é alcançar um alívio dos sintomas e a redução da patogénese da doença, “o que pode ser um primeiro passo para melhorar a qualidade de vida dos doentes com esclerose múltipla, ao retardar ou parar a evolução da doença”.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde esta doença atinge 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e cerca de oito mil em Portugal (Gisela Kobelt, 2009). A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa autoimune crónica e a principal causa de incapacidade neurológica não traumática.

A professora Adelaide Fernandes explica que “apesar de acometer principalmente adultos jovens, a idade de início da doença é um fator determinante de piores episódios de recaída com um curso progressivo mais rápido e perda de eficácia terapêutica”.

Os doentes com esclerose múltipla, apesar da sintomatologia neurodegenerativa, também apresentam comprometimento cognitivo, ansiedade e depressão, que têm impacto na progressão e patogénese da doença. Estudos efetuados em animais confirmam que a idade é um fator preditor de pior progressão da doença acompanhada de maior acumulação de défices de saúde medidos pelo índice de fragilidade.

Diversos estudos clínicos e pré-clínicos começam agora a desvendar a relevância da interação entre o microbioma intestinal e o sistema nervoso em doenças autoimunes, como a esclerose múltipla. No entanto, existem ainda muitas lacunas que a investigação agora premiada vai explorar, como a alteração do microbioma em função da idade e o seu impacto no surgimento e progressão dos sintomas.

 

BMF – CINCO ANOS A DESVENDAR OS SEGREDOS DA MICROBIOTA 

Esta é a quarta bolsa que a Biocodex Microbiota Foundation (BMF) atribui para premiar a investigação portuguesa em particular. Internacionalmente, e nos últimos cinco anos já distinguiu projetos na área das doenças inflamatórias intestinais e o papel crucial da microbiota; microbiota nas doenças hepáticas; sobre a relação entre a microbiota alterada e a obesidade infantil; microbiota e cancro e o eixo intestino-cérebro. Entre prémios nacionais e internacionais foram atribuídas mais de 30 bolsas.

Além das bolsas, a BMF lançou, em 2021, o Prémio Henri Boulard, que reconhece iniciativas locais que contribuem para a melhoria da saúde da população, moldando assim o futuro da medicina. Entre os projetos galardoados incluem-se uma campanha de sensibilização para a contraceção na Nigéria para redução da mortalidade materna e do abuso de antibióticos e um programa de epidemiologia com base em águas residuais na Tailândia.

Pode consultar AQUI o relatório que resume a atividade e o contributo da BMF no âmbito da investigação em microbiota e sua interação com várias patologias.

*Adelaide Fernandes é Professora Auxiliar. Licenciou-se em Ciências Farmacêuticas em 2002 e doutorou-se em Farmácia (Bioquímica) em 2006, pela Universidade de Lisboa. A sua investigação centra-se em doenças associadas à inflamação. Os principais projetos abordam a interação inflamatória entre as células residentes do Sistema Nervoso Central, as células imunitárias e inflamação periférica em doenças neurodegenerativas, como a Esclerose Múltipla e Doença de Alzheimer. É autora de mais de 75 artigos, orientou vários estudantes de Mestrado e Doutoramento e obteve financiamento nacional e internacional. Faz parte da Comissão Executiva do Instituto de Investigação de Medicamentos (iMed.ULisboa).

Equipa vencedora: 

Professora Doutora Adelaide Fernandes e Doutor André Santos do iMed.ULisboa – Instituto de Investigação do Medicamento | Faculdade Farmácia da Universidade de Lisboa; e Doutora Ana Rita Ribeiro, i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Universidade do Porto.

Mais Recentes

Mais um ano que está a terminar: com estas 5 dicas receba 2025 com mais qualidade (e vitalidade)

há 6 minutos

Dieta mediterrânica promove o envelhecimento ativo e a saúde do planeta

há 16 minutos

Mais vale prevenir do que remediar: esta são as 8 lesões mais comuns nos joelhos

há 20 minutos

Gosta de esquiar? Conheça o mapa exclusivo dos 67 países onde é possível fazê-lo

há 33 minutos

Colesterol ‘mau’: cientistas descobrem como atua no corpo

há 39 minutos

Se tem o hábito de oferecer chocolates no Natal prepare-se: vai ter de pagar mais uns bons euros

há 42 minutos

Os 6 destinos pouco conhecidos (e muito luxuosos) que vai querer conhecer em 2025

há 47 minutos

Insónias durante a menopausa: conheça as 5 dicas que prometem ajudar

há 13 horas

Qual é o seu grupo sanguíneo? Saiba o que ele pode revelar sobre a sua personalidade

há 15 horas

Nem sempre é tarefa fácil, mas com estas dicas retirar manchas (e odor) de suor vai ser mais simples

há 17 horas

Transforme o seu dia: tenha estas 7 plantas em casa e sinta o seu humor melhorar assim como o bem-estar

há 17 horas

Nem bicarbonato, nem detergente: este é o truque caseiro para limpar e deixar o seu forno a brilhar

há 18 horas

Este é o ingrediente com menos calorias para temperar a salada (não falamos do azeite)

há 18 horas

Diga adeus ao botão do WhatsApp para enviar áudios: há um novo para responder mais rapidamente às mensagens de voz

há 18 horas

Compulsão alimentar periódica: conheça o transtorno alimentar mais desconhecido

há 18 horas

Estes exercícios diários de apenas 4 minutos reduzem o risco de ataque cardíaco, sobretudo em mulheres acima dos 45 anos

há 19 horas

Burnout: o sentimento de fadiga extrema intensifica-se nas últimas semanas do ano e estas são as razões

há 19 horas

Uma boa noticia para os amantes de chocolate: estudo assegura que o amargo está associado a um menor risco de diabetes

há 19 horas

Saúde pélvica: «É preciso compreender os problemas associados ao pavimento pélvico durante o inverno», revela estudo

há 20 horas

Já sonha com as férias de verão? Esta companhia aérea tem novas rotas e 400 mil lugares adicionais para que possa escolher

há 20 horas

Subscreva à Newsletter

Receba as mais recentes novidades e dicas, artigos que inspiram e entrevistas exclusivas diretamente no seu email.

A sua informação está protegida por nós. Leia a nossa política de privacidade.