A mostra, cuja sessão de inauguração está marcada para as 18:00, vai estar patente na biblioteca municipal da sede deste concelho alentejano, até dia 28 deste mês, indicou o município, em comunicado.
A iniciativa, promovida no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, expõe jornais e cartazes pertencentes ao arquivo Ephemera sobre o 25 de Abril de 1974 e os tempos que se lhe seguiram.
O objetivo, de acordo com a autarquia, passa por “retratar os dias da revolução, os seus protagonistas, os símbolos, a democratização da política e o exercício de direitos inerentes à liberdade”.
Para a mostra, “foram selecionados jornais diários desde o dia da Revolução dos Cravos até aos 10 dias seguintes, incluindo um com a orgulhosa menção de que ‘Este jornal não foi visado por qualquer comissão de censura’, assim como jornais publicados posteriormente por várias forças políticas”, destacou.
“Desta forma, pretende-se dar uma imagem da profundidade e vivacidade da revolução e dos dias que se lhe seguiram, com várias edições diárias e notícias constantes”, referiu a organização.
A opção pela exposição de jornais de diversas organizações políticas tem também como objetivo “demonstrar a participação cívica, pela via da formação de novos partidos e pela legalização de outros”, acrescentou.
Entre outros materiais, vão ser exibidos o primeiro Avante! publicado em liberdade e o Povo Livre, editado pelo PPD, “o primeiro partido formalmente constituído após a revolução”.
Os cartazes escolhidos “retratam a diversidade das formas de manifestação, numa ilustração da iconografia dessa época, como o cravo, a pomba, a chaimite, os soldados e o povo”, indicou igualmente a câmara municipal.
“Alguns dos cartazes sobre a dinamização cultural, que vieram a tornar-se famosos também pelo seu valor estético, ilustram, com a autoria de João Abel Manta, esse processo que o Movimento das Forças Armadas levou a cabo”, pode ler-se no comunicado.
Na biblioteca vão estar também expostos “dois panos originais utilizados em manifestações no Porto, que revelam o ambiente então vivido”, num período em que “a realização de manifestações após a revolução, fossem de regozijo e alegria ou de reivindicação, ocorreram por todo o país”.
Segundo o Município de Reguengos de Monsaraz, o arquivo Ephemera dedica-se ao salvamento, preservação e divulgação pública de espólios, acervos, livros, manuscritos, documentos, papéis, panfletos e objetos portugueses e estrangeiros relacionados com a memória da história social, cultural, sindical e política contemporânea.
Na Internet, tem publicadas “cerca de 20 mil pastas de material”, disse, assinalando que o Ephemera acolhe investigadores e projetos de investigação dos seus acervos e espólios, organiza e participa em exposições públicas com os seus fundos e cede documentação e imagens para livros e artigos publicados em Portugal e no estrangeiro.
RRL // MAG
Lusa/Fim