A exposição à luz artificial antes de dormir, mesmo que seja apenas a do telemóvel, pode estar a prejudicar mais do que apenas o seu sono. Um novo estudo revela que esse hábito pode afetar o ritmo circadiano e aumentar, de forma significativa, o risco de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais.
Segundo os investigadores, a exposição constante a luz intensa durante a noite está ligada a uma probabilidade até 65% maior de enfarte e a um risco acrescido de outras doenças como insuficiência cardíaca, AVC e fibrilhação auricular.
O estudo analisou os hábitos noturnos de quase 89 mil adultos britânicos, acompanhados ao longo de nove anos. Todos os participantes usaram sensores no pulso para medir os níveis de exposição à luz durante o sono. Mesmo depois de ajustarem variáveis como tabagismo, dieta ou exercício físico, os cientistas concluíram que as pessoas mais expostas à luz noturna tinham um risco substancialmente maior de sofrer eventos cardiovasculares.
Entre os principais resultados, destaca-se:
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65% maior risco de enfarte,
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56% maior risco de insuficiência cardíaca,
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30% maior risco de AVC,
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32% maior risco de fibrilhação auricular,
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mulheres e adultos mais jovens foram os grupos mais afetados.
A luz azul dos ecrãs, como a dos telemóveis ou tablets, interfere diretamente com a produção de melatonina, hormona que regula o sono. Isso desregula o relógio biológico, o que, por sua vez, desequilibra funções essenciais, como a pressão arterial, o ritmo cardíaco e o metabolismo.
O impacto é tal que os especialistas aconselham a evitar qualquer tipo de exposição luminosa antes de dormir, incluindo candeeiros fortes ou luzes de presença. Para quem procura um envelhecimento saudável, a mensagem é clara: escuridão total à noite é mais do que uma ajuda para dormir, é uma medida de prevenção cardiovascular. Evite o chamado doomscrolling no telemóvel, desligue as luzes e permita ao corpo o descanso que precisa para manter o coração saudável.