Mais de metade dos portugueses (52,7%) conhece alguém diagnosticado com cancro do pulmão, mas quase 9 em cada 10 (85,2%) defendem que deveria existir mais informação sobre sinais, sintomas e programas de rastreio. Os dados resultam do estudo “O Cancro do Pulmão em Portugal – A Visão dos Portugueses”, realizado pela Spirituc – Investigação Aplicada com o apoio da AstraZeneca, no âmbito da 5.ª edição da campanha nacional “O Cancro do Pulmão Não Tira Férias”.
O inquérito revela ainda que, em mais de metade dos casos (54,7%), a relação com a doença é próxima, envolvendo familiares ou amigos chegados. Apesar desta proximidade, metade dos inquiridos desconhece a existência de programas de rastreio para deteção precoce, assim como os sinais e sintomas a que deve estar atento.
A doença mantém-se como uma das mais letais em Portugal: só em 2022 foram registados 6.155 novos casos e 5.077 mortes. Globalmente, o cancro do pulmão é responsável por 2,4 milhões de diagnósticos e mais de 1,8 milhões de óbitos anuais, segundo dados do Globocan.
“Muitas pessoas têm contacto direto com a doença e, ao mesmo tempo, desconhecem ferramentas vitais como os programas de rastreio. A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para aumentar as hipóteses de tratamento”, alerta Isabel Magalhães, presidente da Pulmonale, associação parceira da campanha.
Apesar da falta de literacia, o estudo mostra um dado encorajador: 67% dos portugueses dizem aproveitar as férias para fazer check-ups de saúde. É precisamente essa a mensagem da campanha “O Cancro do Pulmão Não Tira Férias”, que incentiva a população a usar o verão para cuidar da saúde, reconhecer sinais e agir a tempo.
Entre os sinais de alerta estão tosse persistente, dor no peito, falta de ar, rouquidão, perda de peso inexplicável, cansaço extremo e infeções respiratórias frequentes, como bronquites ou pneumonias. Ainda assim, estes sintomas podem surgir de forma tardia, o que reforça a importância da vigilância médica.
Quanto aos fatores de risco, quase 90% dos inquiridos apontam o tabagismo como principal causa, seguido da poluição ambiental (73,9%) e do contacto com substâncias químicas (67,4%). A campanha lembra, no entanto, que também não fumadores podem desenvolver a doença devido a exposição ao fumo passivo, radão, amianto ou fatores genéticos.
Promovida pela AstraZeneca, a iniciativa “O Cancro do Pulmão Não Tira Férias” conta com o apoio de várias entidades, entre as quais Pulmonale, Careca Power, Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Associação Nacional das Farmácias, APMGF, GRESP e Rede Expressos. O objetivo é sensibilizar para a prevenção e o diagnóstico precoce, através de ações em espaços de grande visibilidade.
“Apesar de agressivo, o cancro do pulmão tem hoje terapêuticas inovadoras e melhores perspetivas de sobrevivência quando diagnosticado precocemente. Esta campanha é um apelo à ação coletiva e ao reforço da literacia em saúde em Portugal”, conclui Isabel Magalhães.
Sobre o estudo
O estudo “O Cancro do Pulmão em Portugal – A Visão dos Portugueses” foi desenvolvido pela AstraZeneca, com execução técnica da Spirituc, entre 27 de maio e 23 de junho de 2025. A amostra incluiu 615 indivíduos, entre os 18 e os 80 anos, residentes em Portugal, e baseou-se em questionários online (metodologia CAWI).